1 Sabemos, além da Morte,
Que o Plano de Amor e Luz
Vive hoje aberto aos homens
Para a união com Jesus.
Até eu, que pouco entendo
De paz, amor e serviço,
Já sou cabra lecionado,
Consciente quanto a isso.
2 Fui prestar cooperação,
No socorro à nossa gente,
Trabalhando, junto à porta
De pobre médium doente,
A fim de lembrar o Cristo
A quem me surgisse à frente.
3 Vi muitos grupos chegando
Tanto em carros, quanto a pé,
Então anotei o assunto
Grave e difícil como é…
Ninguém buscava Jesus,
Nem queria a luz da fé.
4 Eu falava em Vida Nova,
Tentando a telepatia,
Exaltando o amor de Deus,
De Jesus e de Maria;
Na porta, gente e mais gente,
No entanto, ninguém me ouvia…
5 Parecia um pandemônio
O povo desesperado,
Ninguém pensava no médium,
Que se mantinha acamado;
Cada pessoa na porta
Era um problema de lado.
6 Agora, vinha uma dama
Chorando um homem fugido,
Logo após, vinha uma esposa,
Queixando-se do marido;
Em seguida, o esposo veio
A declarar-se ofendido.
7 Um homem chegou, às pressas,
Exigindo uma sessão
Para livrar-se da sogra
Que o punha na contramão…
A mulher era só dele
Com razão ou sem razão.
8 Um rapaz apareceu,
Falando em ódio e vingança…
Queria agir contra o pai
Com medidas sem tardança,
Destacando, indignado,
Os seus direitos de herança.
9 Sem a presença do médium,
Que se via adoentado,
Fez-se logo um bafafá,
Com duro palavreado;
E o sururu só se foi
Ante o boné de um soldado.
10 Quando o dia terminou,
Mergulhei na indagação:
Estamos certos de unir
Jesus e o povo brigão?
Só sei que, em porta de médium,
Servir, não quero mais, não.
Leandro Gomes de Barros
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