1 Falecera a sovina Nhá Rosenda.
Brigara por vintém depois da janta…
Na noite inteira, o povo reza e canta,
Falando em Deus, no Sítio da Moenda…
2 Sigo o caixão dourado em seda e renda,
Na sepultura, fala o Zé da Manta:
— “Nhá Rosenda, no Céu, será mais santa,
Era um anjo nas lutas da fazenda…”
3 Alguém traz a coroa derradeira,
A morta larga o corpo na carreira,
Quer dinheiro, pragueja, desacata…
4 Depois sumiu… Mas, hoje, em Pirapama,
Encontrei Nhá Rosenda entregue à lama,
Crendo agarrar pacotes de ouro e prata.
Cornélio Pires
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