1 Na frente, a maca envolve um corpo em malha fina.
O Professor verbera e grande turma o escuta.
Ele clama sincero: “O tóxico domina!…
A cocaína aumenta em propaganda astuta!…”
2 Designando a maca, ei-lo que discrimina:
— “Viemos à Polícia, em nossa intensa luta,
Ver de perto a infeliz criança prostituta,
Que ontem morreu drogada, às portas de uma esquina!…
3 O Professor descobre o corpo nu da morta,
Solta um brado de horror que os ares, longe, corta
Cai, em pranto, a gritar na dor em que se humilha:
4 — “Filha do coração, meu amor, minha prenda!…
Quem te fez tanto mal? Julguei-te na fazenda…
Piedade, meu Deus!… Sou pai… Ah!… minha filha!…
Narcisa Amália
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