O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Escola no Além — Cláudia Pinheiro Galasse.


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Vocês não foram… n

(No Instituto de Educação Infantil)

1 Querida mãezinha Dorothy, prometi que prosseguiria contando alguns episódios do nosso Instituto de Educação Infantil e não posso me desligar da satisfação de fornecer a continuidade necessária.

2 Falamos das crianças, nossas tuteladas, que são mantidas conosco em severas disciplinas, com liberdade, porém, para expressarem através do canto todas as reclamações que desejem apresentar.
Prossigamos, pois.

3 Num destes dias últimos, uma garota de dois anos cantou com muita beleza a nota que passo a transcrever aqui.
Disse ela:

4 Esta escola que nos prende
É um grande e belo jardim.
5 Vejo cravos vigorosos,
Que parecem de cetim.
6 Em meu cérebro, no entanto,
Não me lembro de onde vim,
7 Espero encontrar alguém
Que transmita aos pais que eu tenho,
Algo que fale por mim,
8 Pagarei em minha casa
O serviço que me preste
Com o dinheiro que conservo
Para atender a este fim.

Outra nos deu aos ouvidos esta observação que mantenho de memória:

9 Não sei por que nos prenderam,
Invadindo a vida alheia.
Não creio estarmos na escola,
Estamos numa cadeia.

Com muita graça, outra se exprimiu com a seguinte nota:

10 Tanta flor e tanto ensino
Nos educam mais e mais.
Agora, tudo o que eu quero,
É voltar para os meus pais.

E uma pequena de grande vivacidade comentou cantando:

11 Já pedi a cinco guardas
Meu regresso para o lar,
Mas minha voz de criança
Não teve repercussão.
A polícia aqui é mansa,
Deu-me o silêncio por não.

12 Estávamos, porém, com a visita de duas irmãs que haviam atravessado a experiência de nossas pequenas em outros lugares, anos passados, Ruth e Lize. E Ruth se propôs a fazer uma pequena preleção para as nossas alunas que, convidadas a ouvir, se postaram em filas tríplices com a maior atenção.

13 A irmã Ruth, com bondade e emoção, tomando a palavra, explicou-lhes:
— Estamos visitando este Instituto e estamos felizes por abraçar as crianças que nos escutam. 14 Notamos que algumas de vocês se mostram contrafeitas por se encontrar aqui detidas para o bem de cada uma. Vocês não foram roubadas aos pais queridos. 15 Digo isso porque, como acontece a vocês, vim da Terra para um Instituto, semelhante a este, quando contava apenas três janeiros. 16 A princípio, revoltei-me e traduzi em várias canções o meu descontentamento; chegou, porém, um dia em que um professor amigo explicou-nos que não vivíamos sequestradas, e, sim, estávamos num curso escolar de importância, porque éramos crianças transformadas. 17 Certamente vocês todas verão os pais e familiares no momento oportuno, mas isso pedirá tempo.

18 Vocês já ouviram falar nas lagartas que se transformam em borboletas?

19 Uma das pequenas respondeu que sim e Ruth prosseguiu:
— Estávamos na Terra na condição de lagartas, ao tempo de nossa transubstanciação. 20 Pois olhem: cada uma de nós foi modificada e, depois de dormir algum tempo no casulo, viramos borboletas. Essa capacidade há de acompanhá-las até onde for possível.

21 Acreditem, uma a uma, se farão insetos voadores; com o tempo crescemos, ficamos jovens e vamos aceitar, transformadas, a nova vida, e isso trará para nós grandes benefícios. 22 Vocês esperem e farão grande progresso e não julguem que estarão separadas dos pais, porque eles virão ao encontro de vocês para viver juntos, novamente felizes. 23 A turma toda se entreolhou com grande alegria e ficou muito feliz, ao reconhecer que necessária seria uma nova experiência, com a certeza de que viemos para nos transformar.

24 A visita foi encerrada com todo cuidado de não mencionar a morte nos seus comentários, e a alegria de uma aproximação voltou a ser verificada, com os pensamentos fixados no futuro. Mais tarde continuaremos explicando com a promessa de prosseguir depois.


Cláudia Pinheiro Galasse




COMENTÁRIOS


Nesta tônica, os Espíritos abnegados tentam mostrar às crianças que não foram sequestradas de seus pais queridos. Apenas frequentam um curso escolar de grande importância para a transformação e aceitação da nova situação em que se encontram para assumir, em momento oportuno, a condição de poderem visitar os pais que na Terra ficaram.

Na imagem da lagarta, lhes é mostrado que o tempo as levará à maturidade espiritual e as fará novamente Espíritos adultos com a consciência de poderem preparar aos pais o verdadeiro lar e, juntos, viverem o encontro da felicidade com Deus.

Rubens Silvio Germinhasi



[1] Vide 1ª nota de rodapé no índice.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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