O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Emmanuel — O próprio


DOUTRINANDO A FÉ


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Pela revivescência do Cristianismo

(Sumário)

1. Irmãos e amigos. Ainda é para o estudo e a prática do Evangelho, em sua primitiva pureza, que tereis de voltar o vosso entendimento, se quiserdes salvar da destruição o patrimônio de conquistas grandiosas da vossa civilização.


Época de desolação


2. Tocastes a época da desolação, em que os homens não mais se compreendem uns aos outros. A morte de todos os vossos ideais de concórdia, a falência dos vossos institutos pró-paz requerem a atenção acurada da sociologia e esta somente poderá solucionar os problemas que vos assoberbam, cheios de complexidade e transcendência, com o estudo do Evangelho do Cristo, porém, não segundo os ditames da convenção social, que de há muitos séculos vem transformando o ideal de perfeição do Crucificado num acervo de exterioridades, que os homens adotaram por questão de esnobismo ou de acordo com os interesses da facção ou da personalidade.

Novos sistemas políticos, sobre as bases dos nacionalismos que vêm criando no seio dos povos a terrível autarquia, ou sobre os alicerces frágeis desse comunismo que objetiva a extinção do sagrado instituto da família, apenas correrão o orbe com a sua feição de ideologias ocas, envenenando os espíritos e intoxicando as consciências.


A norma de ação educativa


3. O psicólogo, o pedagogista, o formador das novas gerações, para entrarem na arena da luta a prol do aperfeiçoamento de cada individualidade sobre a Terra, terão de buscar a sua norma de ação dentro do próprio Cristianismo, em sua simplicidade inicial, se não quiserem que a humanidade atinja a culminância dos arrasamentos e das destruições.

As religiões literalistas passaram, desdobrando com as suas filosofias, sobre a fronte da humanidade, um manto rico de fantasias e de concepções variadas, mas baldas de essência e de espírito que lhes vivificassem os ensinamentos.


A falha da igreja romana


4. A igreja católica, amigos, que tomou a si o papel de zeladora das ideias e das realizações cristãs, pouco após o regresso do Divino Mestre às regiões da Luz, falhou lamentavelmente aos seus compromissos sagrados. Desde o concílio ecumênico de Niceia, o Cristianismo vem sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa igreja, deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo. Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da Umbria, tentando restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana.

As castas, as seitas, as classes religiosas, a intolerância do clericalismo constituíram enormes barreiras a abafarem a voz das realidades cristãs. A moral católica falhou aos seus deveres e às suas finalidades.

A Espanha atual, alimentada de catecismo romano desde a sua formação, é bem, com os seus incêndios e depredações de tudo o que fora feito, um atestado da falência dos ensinamentos ou da orientação de Roma para alcançar o desideratum do progresso coletivo e da ética social.

Não nos é lícito influenciar os homens e as suas instituições. Todavia, podemos apreciar a influência das ideias sobre as massas, apreciando-lhes os resultados. É o que desejamos evidenciar, solicitando vossa atenção para o complexo de fenômenos dolorosos, de ordem social e política que vindes observando há alguns anos. Fazendo-o, temos o objetivo de vos demonstrar a que resultado conduziu os povos a deturpação da palavra do Cristo, e a necessidade de voltar-se o raciocínio individual e coletivo para a compreensão dos deveres que dela decorrem.


O propósito dos Espíritos


5. O nosso propósito, na atualidade, é cooperar convosco pela obtenção da paz e da concórdia no seio da coletividade humana.

Agora, filhos, já não são mais os homens os donos do trabalho, os senhores absolutos da tarefa. Tomando por seus companheiros os de boa vontade que se acham aí no planeta buscando o aprimoramento anímico e psíquico onde aí se encontrem, são os gênios do Espaço que, sob a égide do Divino Mestre, vêm proclamar, por entre as sociedades terrenas, as consoladoras verdades, as grandiosas verdades.

Já não mais se poderá abafar o ensinamento no silêncio escuro dos calabouços, porquanto uma nova concepção do direito e da liberdade felicita as criaturas.

É em razão disso que os túmulos falam, que os mortos voltam da sombra e do amontoado das cinzas, para vos dizer que a vida é o eterno presente e que a imortalidade, dentro dos institutos da justiça incorruptível, que nos observa e julga, é um fato incontestável.

Conclamando os homens, nossos irmãos, trazemos a todos o fruto abençoado de nossas penosas experiências, asseverando a cada um que o problema da paz e da felicidade está solucionado no estatuto divino. Todas as nossas atividades objetivam a revivescência do Cristianismo na Terra, de modo que um templo se levante em cada lar e um ostiário em cada coração.

Auxiliai-nos, trazendo-nos o concurso da vossa boa vontade, do vosso querer; ajudai-nos em nossos propósitos benditos de reedificação do Templo de Jesus, de cujos altares os maus sacerdotes se descuidaram, levados pelos cantos de sereia da vaidade e dos interesses do mundo.

Que o Mestre abençoe a cada um de vós, fortalecendo-vos a fé, para que possamos com Ele, com a sua proteção e a sua misericórdia, vencer na luta em que nos achamos empenhados.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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