1 Se já acendeste a luz do conhecimento superior na própria vida, não desdenhes estende-la aos ângulos da jornada — que ainda mostrem a antiga dominação da sombra.
2 Disse-nos o Senhor — “Eu não vim para curar os sãos”. ( † )
3 E nenhum de nós recolhe os talentos do Céu para encarcerá-lo na torre do egoísmo, a pretexto de sustentar a virtude.
4 Não olvides, agora que te refazes ao contato do Divino Médico, aqueles enfermos da própria senda que se nos afiguram perseguidores na marcha de cada dia.
5 Nossos desafetos do passado, qual acontece com os nossos amigos do pretérito, nos rodeiam, em toda parte.
6 Reencarnam-se, antes de nós, retomam os laços físicos, ao pé de nosso roteiro, ou reaparecem ao nosso lado, quando a nossa experiência na carne já se encaminha na direção do crepúsculo.
7 Aqui, são as criaturas que nos hostilizam no templo doméstico, ostentando o título de familiares queridos, ali, surgem na feição de companheiros repentinamente arrebatados a incompreensão e, mais além, às vezes, nos partilham a estrada até mesmo na condição de filhos de nosso amor.
8 Entretanto, é preciso considerar que não iluminamos para fugir às trevas, nem nos fazemos fortes para esquecer os fracos.
9 É imperioso saibamos transportar conosco, nos braços do serviço e da paciência, os próprios adversários reencarnados, muita vez, credores de nossa vida, sem cujo auxílio não nos retiraremos do vale da indecisão.
10 Unge-te de carinho e devotamento e ampara com segurança a quantos te fazem padecer e chorar.
11 As mãos ingratas ou infelizes, os corações enrijecidos e as almas doentes que nos cercam constituem hoje a colheita de nossa própria sementeira de ontem no terreno do destino. Imprescindível nos disponhamos a ajudá-los, restaurando-os para o bem, porque somente assim alijaremos dos próprios passos os espinheiros envenenados, que amontoamos, imprevidentes, em nosso próprio caminho.
12 Quando estiveres sob o impacto de tribulações e de agravos, não identifiques, dessa forma, por onde passes, a lamina da perversidade ou o ferrete da culpa, mas sim, a moléstia da ignorância ou a chaga da própria dívida, para que, usando a caridade, incessantemente, possas partir dos sofrimentos da noite para as alegrias do Grande Alvorecer.
Emmanuel