1 Justo prevenir-nos contra os arrastamentos a que o ouro em excesso é capaz de induzir-nos; no entanto, urge considerar que não nos é lícito atribuir ao dinheiro as calamidades de ordem moral tão somente debitáveis aos desequilíbrios com que, tantas vezes, o manejamos na Terra.
2 Pensa na fortuna, maior ou menor, que te veio às mãos, ainda hoje.
3 Provavelmente, haverá saído das sombras de um cofre longamente trancado em frieza e sovinice. Entretanto podes orientá-la para a luz da beneficência, a fim de que assegure a supressão da necessidade de um companheiro em penúria.
4 É possível tenha chegado de alguma estância empenhada na perturbação e na delinquência. Mas dispões do privilégio de guiá-la no socorro ao enfermo desamparado.
5 Talvez proceda de lugar menos feliz, onde a ignorância haja perpetrado furtos e agressões. Todavia, guardas a faculdade de faze-la servir a benefício de quantos precisem de esclarecimento ou de escola.
6 Em muitos casos, veio de regiões em que desperdício e vaidade predominem. Conseguirás, porém, sem dificuldade, engajá-la em tarefas respeitáveis ou poupança construtiva.
7 Finança disponível em teu campo de ação pode erigir-se em calor humano, apoio fraterno, demonstração de simpatia, sustentáculo de serviço, esteio da educação ou socorro libertador dos quais nenhum de nós prescinde.
8 Em suma, dinheiro que te acompanhe com presença pacífica, sob o endosso da consciência tranquila, é sempre um servo fiel e mudo.
9 Abre-lhe os caminhos da compreensão e da bondade e ele poderá, contigo e por ti, elevar e redimir, servir e abençoar.
Emmanuel