1 Quem pede a riqueza material e não se previne contra as tentações da ociosidade e do egoísmo, certamente obtém a fortuna, de mistura com amargas provações.
2 Quem pede a beleza física e não trabalha contra a vaidade, costuma receber a graça do equilíbrio orgânico em associação com dolorosas inquietudes.
3 Quem roga o bastão da autoridade e não se imuniza contra o vírus da tirania e da violência, sem dúvida guardará o poder humano, entre nuvens de maldição e de sofrimento.
4 Quem solicita os favores da inteligência e não se esforça por destruir em si mesmo os germes do orgulho, adquire os talentos da intelectualidade revestidos das grandes ilusões, que arrojam a alma invigilante nos despenhadeiros do remorso tardio.
5 Não é a riqueza material que fere os interesses do Espírito e sim o mau uso que fazemos dela.
6 Não é a forma aprimorada que perturba a consciência e sim a nossa atitude condenável, na mobilização dos favores da vida.
7 Não é o poder que humilha a alma e sim a nossa conduta menos digna dentro das aplicações dos recursos que lhe dizem respeito.
8 Não é a inteligência que nos projeta ao abismo do infortúnio e sim a nossa diretriz reprovável nos abusos do raciocínio.
9 “Pedi e obtereis”. ( † ) — ensinou o Mestre. Depende de nossa solicitação a resposta do bem ou do mal.
10 Tudo é bom para quem cultiva a bondade, tudo é puro para quem guarda a pureza do coração.
11 Quem se ilumina, jamais luta com as trevas que lhe fogem à presença brilhante.
12 Sirvamos, pois, a Deus, onde estivermos, procurando com o serviço incessante do bem descobrir-lhe a Divina Vontade, de modo a cumpri-la hoje, aqui e agora, em favor de nossa própria felicidade.
Emmanuel
(Reformador, janeiro de 1955, p. 4)