1 Casas de saúde espalham-se em todas as direções com o objetivo de sanar as moléstias do corpo e não faltam enfermos que lhes ocupem as dependências.
2 Entretanto, as doenças da alma, não menos complexas, escapam aos exames habituais de laboratório e, por isso, ficam em nós, requisitando a medicação, aplicável apenas por nós mesmos.
3 Estimamos a imunização na patologia do corpo.
Será ela menos importante nos achaques do espírito?
4 Surpreendemos determinada verruga e recorremos, de imediato, à cirurgia plástica, frustrando calamidades orgânicas de extensão imprevisível.
5 Reconhecendo uma tendência menos feliz em nós próprios, é preciso ponderar igualmente que o capricho de hoje, não extirpado, será hábito vicioso amanhã e talvez criminalidade em futuro breve.
6 Esmeramo-nos por livrar-nos da neurastenia capaz de esgotar-nos as forças. Tratemos também de nossa feição temperamental para que a impulsividade não nos induza à ira fulminatória.
7 Tonificamos o coração, corrigindo a pressão arterial ou ampliando os recursos das coronárias a fim de melhorar o padrão de longevidade. Apuremos, de igual modo, o sentimento para que emoções desregradas não nos precipitem nos desvãos passionais em que se aniquilam tantas vidas preciosas.
8 Requintamo-nos, como é justo, em assistência dentária na proteção indispensável. Empenhemo-nos de semelhante maneira, na triagem do verbo, para que a nossa palavra não se faça azorrague de sombra.
9 Defendemos o aparelho ocular contra a catarata e o glaucoma. Purifiquemos igualmente o modo de ver.
10 Preservamos o engenho auditivo contra a surdez. No mesmo passo, eduquemos o ouvido para que aprendamos a escutar ajudando.
11 A Doutrina Espírita é instituto de redenção do ser para a vida triunfante. 12 A morte não existe. Somos criaturas eternas. Se o corpo, em verdade, não prescinde de remédio, a alma também.
André Luiz
(Nova Iorque, NI., EUA., 14, julho, 1965.)