O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. V — Item 20
O Livro dos Espíritos — Questão 938
1 Inquietações na Terra existem muitas.
2 Temos as que se demoram junto de nós, ao modo de vizinhos de muito tempo, nos desgostos de parentes e amigos, cujas dores nos pertencem de perto.
3 Encontramos as que nos povoam o corpo, na categoria de enfermidades crônicas, quais inquilinas indesejáveis.
4 Assimilamos aflições de tipos diversos, como sejam as declaradas e as imanifestas, as injustificáveis e as imaginárias, cujo tamanho e propagação dependem sempre de nós.
5 Há, porém, certa modalidade com que raramente contamos. São aquelas que nascem de imprevisto.
6 Deflagram, por vezes, quando nos acreditamos em segurança absoluta.
7 Caem à feição de raio fulminativo retalhando emoções ou desajustando pensamentos.
8 São as notícias infaustas:
9 — os golpes morais que nos são desferidos, não raro, involuntariamente, pelos que mais amamos;
10 — os desastres de consequências indefiníveis;
11 — os males súbitos que nos impelem para as raias das grandes renovações.
12 Não podemos esquecer essas visitas que nos atingem o coração sem qualquer expectativa de nossa parte.
13 Compreendamos que, em frequentes episódios da existência, estamos na condição de aluno que estuda semanas e meses e até mesmo anos inteiros, a fim de revelar a precisa habilitação num exame de ligeiros instantes.
14 Entendamos que, numa hora de crise, não são o choro e nem a emotividade as posições adequadas, e sim a calma e o raciocínio lógico, para que possamos deter a incursão da sombra.
15 Para isso, entesouremos serenidade. Serenidade que nos sustente e nos ajude a sustentar os outros.
16 O imperativo de oração e vigilância, não se reporta somente às impulsões ao vício e à criminalidade, mas também aos arrastamentos, ao desequilíbrio e à loucura a que estamos sujeitos quando não nos preparamos para suportar as provações de surpresa, sejam em moldes de angústia ante os desafios do mal ou em forma de sofrimento para a garantia do bem.
André Luiz