O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XVII — Item 9
O Livro dos Espíritos — Questão 876
1 É muito fácil desinteressar-nos dos aspectos menos agradáveis do serviço necessário à preservação da verdade e do bem.
Isso acontece, principalmente, quando as consequências não nos digam respeito.
2 Se não temos a obrigação de inspecionar as deficiências da estrada, muito de raro em raro nos incomodamos com a brecha deixada pelo aguaceiro na base de um viaduto. Não sucede, porém, o mesmo com os responsáveis, que dobrarão esforços para remover o perigo.
3 Assim também no cotidiano.
Queremos tranquilidade; no entanto, surgem riscos à frente.
4 Somos pais… e acordamos junto de filhos carentes de amparo em forma de advertência; 5 orientamos empresas… e verificamos omissões, ante as quais o silêncio seria apoio ao desastre; 6 exercemos funções educativas… e somos defrontados por ocorrências que comprometem a segurança da escola; 7 administramos instituições de interesse geral… e encontramos falhas que não será lícito desdenhar com displicência, sob pena de aprovarmos a influência das trevas…
8 São esses os momentos mais dolorosos para os que receberam o encargo de velar por alguém ou por alguma comunidade.
9 Nesses trechos periclitantes do trabalho a fazer, somos frequentemente impelidos à deserção; entretanto, comandante algum é trazido a conduzir um navio a fim de abandoná-lo ao sabor das ondas, em momentos difíceis.
10 Que fazer, todavia, nas crises inevitáveis, quando é preciso apontar e retificar, esclarecer e definir?
11 Nesses duros problemas, uma solução aparece, luminosa e reconfortante: nós podemos orar.
12 Quando te encontres em obstáculos desse matiz, não censures os companheiros que passam despreocupados, ante as lutas com que arrostas e nem te acomodes com o mal, sob pretexto de lealdade à harmonia. Ora sempre, fiel ao bem da verdade e à verdade do bem, ainda mesmo que todas as circunstâncias te contrariem.
13 Através da prece, dar-te-á o Senhor a força justa com a medida adequada e a palavra precisa no rumo certo. 14 Assim será sempre, porque, se a criatura dirige, Deus guia. 15 Manejamos a vida, mas a vida é de Deus.
Emmanuel