O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. XV — Item 6
O Livro dos Espíritos — Questão 879
1 Deus que nos auxilia sempre nos permite possuir, para que aprendamos também a auxiliar.
2 Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornando-nos com as facilidades que o ouro proporciona… 3 Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as posses exteriores e se algo nos fica será simplesmente a plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade de recebê-las.
4 Via de regra, amontoamos títulos de poder e investimo-nos deles, enfeitando-nos com as vantagens que a influência prodigaliza… 5 Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as primazias de convenção e se algo fica será simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.
6 Geralmente repetimos frases santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas ao nosso patrimônio espiritual, ornando-nos com o prestígio que a frase brilhante atribui… 7 Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões e se algo nos fica será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos feito, assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles que nos deram oportunidade a singelos ensaios de elevação.
8 Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranquila.
9 Caridade não é tão somente a divina virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados. 10 Um dia, nas alfândegas da morte, toda a bagagem daquilo de que não necessites ser-te-á confiscada, entretanto, as Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados juros de alegria, tudo o que destes do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens, em socorro dos outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que te assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.
11 Não digas, assim, que a propriedade não existe ou que não vale dispor disso ou daquilo. Em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.
Emmanuel
[1] Essa mensagem foi publicada originalmente em 1964 pela editora CEC e é a 42ª lição do livro: “Livro da Esperança”. Há diferenças nas passagens evangélicas citadas no início do capítulo, e no indicador 4 de cada publicação.