O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. X — Item 13
O Livro dos Espíritos — Questão 922
1 Na esfera do sentimento, somos habitualmente defrontados por certa classe de amigos que são sempre dos mais preciosos e aos quais nem sempre sabemos atribuir o justo valor: aqueles que nos dizem a verdade, acerca das nossas necessidades de espírito.
2 Invariavelmente, categorizamos em alta conta as afeições que nos assegurem conveniências de superfície, nos quadros do mundo. Confiança naqueles que nos multipliquem as posses efêmeras e solidariedade aos que nos garantam maior apreço no grupo social.
3 Perfeitamente cabível a nossa gratidão para com todos os benfeitores que nos enriquecem as oportunidades de progredir e trabalhar na experiência comum.
4 Sejamos, porém, honestos conosco e reconheçamos que não nos é fácil aceitar o concurso dos companheiros cuja palavra franca e esclarecedora nos auxilia na supressão dos enganos que nos parasitam a existência. 5 Se nos falam, sem qualquer circunlóquio, em torno dos perigos de que nos achamos ameaçados, à vista de nossa inexperiência ou invigilância, ainda mesmo quando enfeitem a frase com o arminho da bondade mais pura, frequentemente reagimos de maneira negativa, acusando-os de ingratos e duros de coração. 6 Se insistem, não raro consideramo-los obsidiados, quando não permitimos que o mel da amizade se nos transtorne na alma em vinagre de aversão, exagerando-lhes os pequeninos defeitos, com absoluto esquecimento das nobres qualidades de que são portadores.
7 Tenhamos em consideração distinta os amigos incapazes de acalentar-nos desequilíbrios ou ilusões. Jamais cometamos o disparate de misturá-los com os caluniadores. 8 Os empreiteiros da difamação e da injúria falam destruindo. 9 Os amigos positivos e generosos advertem e avisam com discrição e bondade. 10 Sempre que algo nos digam, sacudindo-nos a alma, entremos em sintonia com a própria consciência, roguemos ao Senhor nos sustente a sinceridade e saibamos ouvi-los.
Emmanuel