1 É lamentável o dogmatismo estreito das escolas científicas da Terra que teimam em não reconhecer, no seu patrimônio, uma série de conhecimentos instáveis, mesmo porque, sendo humanos, encontram-se saturados da relatividade a que se subordinam todos os fenômenos do planeta.
2 Esclarecidas pelas verdades do Espiritismo, a biologia, a química, a física e a medicina, no futuro, renovarão as suas concepções, investigando o complicado problema das origens, considerando-se, todavia, que a humanidade somente poderá intensificar as suas aquisições evolutivas quando buscar desenvolver a sua visão espiritual, dentro da ascensão moral na virtude e no conhecimento.
3 Vós outros, os encarnados, sois os primeiros a observar as maravilhas já descobertas, entretanto, bem sabeis que o homem material terá sempre um limite para as suas perquirições do invisível.
4 Esse limite reside na estrutura do seu olho, cuja potencialidade visual está em correspondência direta com a sua capacidade de conhecimento.
5 Esse “homem material” já conseguiu muito e é louvável todo o seu esforço, na elucidação de todos os problemas da vida.
6 No capítulo da biologia, a teoria dos “genes” tem a sua importância no drama biológico e a hereditariedade física tem o seu incontestável ascendente no seio das espécies da natureza.
7 Aí está, contudo, um campo imenso, onde os estudiosos materialistas somente poderão se socorrer das hipóteses inverossímeis, caso persistam em se conservar longe das verdades imutáveis do Espírito.
8 A ciência poderá mesmo equilibrar os elementos da gênese profunda dos seres, mas esbarrará sempre com a claridade espiritual que se irradia de todos esses movimentos, ordenados dentro de certa matemática, estranha aos homens e independente de sua colaboração.
9 A ciência terrestre, afinal, poderá especializar as suas atividades, surpreendendo novos compêndios e catalogando novos valores nos seus centros de estudo, mas não terá realizado um trabalho mais sério, em benefício da alma humana, sem espiritualizar o homem.
10 É esse “homem espiritual” do porvir que poderá alçar voos mais altos, porquanto não terá a sua visão adstrita às reduzidas possibilidades do olho humano.
11 Seu campo de ação será vastíssimo, abrangendo o infinito, de cuja grandeza insondável participará naturalmente, pelos caminhos evolutivos.
12 Os cientistas do mundo deveriam estar atentos para com os imperativos dessa “genética espiritual”, cujas lições e cujas sínteses se encontram aí no orbe totalmente no problema da educação individual e na cultura dos sentimentos.
13 Sem o estudo desses “genes espirituais” que constituirão as células da nova organização social do futuro, no elevado plano moral das criaturas, os estudiosos e os seus compêndios não sairão das discussões esterilizadoras, no abismo das hipóteses em que se submergiram.
14 A nossa preocupação atual caracteriza-se no esforço de formarmos o maior número de corações para a grande causa.
15 Os espiritistas sinceros são os colaboradores da nossa tarefa humilde e simples, cujo êxito requer o máximo de boa vontade.
16 Coloquemos mãos à obra e, enquanto os nossos irmãos estudam e analisam as células orgânicas, procurando estabelecer o equilíbrio e determinar a distribuição dos “genes” pelos corpos, organizaremos a nova genética dos seres, trabalhando pela edificação do “homem espiritual” do futuro, quando então a palavra do Divino Mestre apresentará uma claridade nova para todos os corações.
Emmanuel
(Página recebida em 02 de fevereiro de 1938, em Pedro Leopoldo, Minas.)
[1] Essa mensagem foi publicada no Anuário Espírita 1992 pelo IDE e é a 50ª lição do
livro “Chico Xavier e suas mensagens no Anuário Espírita.” — Esse capítulo foi restaurado: Texto do livro impresso.