1 Quem não conhece no mundo as longas noites da esperança, diante de um enfermo prestes a partir, em demanda do Mais Além?
2 Transforma-se a esperança em prece agoniada, mas consoante às leis que regem a vida o doente segue para a Grande Mudança.
3 Surge a grande ansiedade.
As lágrimas se fazem a companheira da ausência. No coração dos entes amados que ficaram é a noite do sofrimento que domina.
4 Multiplicam-se as interpelações do silêncio. Por que? Por que?
5 Entretanto, chega o dia em que o ausente querido envia as suas próprias notícias. Os seres queridos exultam. Não mais se acreditam enganados pela esperança, porque o missivista lhes endereça notícias de outra vida. E choram. Não mais de tristeza e sim de alegria, de profunda alegria.
6 É por isso, leitor amigo, que este livro é um conjunto e petições angustiadas e respostas de alegria, tal qual as sombras da noite que se dissolvem na luz do amanhecer.
Emmanuel
Uberaba, 21 de fevereiro de 1987.