1 Quando escutes na estrada, alma querida e boa.
A palavra que fira,
Recordando a pedrada que se atira
Quando alguém se conturba e amaldiçoa,
Coloca-te em lugar da pessoa acusada
E, se na luz da fé que te inspira e sustém
Nada possas fazer, não digas nada,
Nem censures ninguém.
2 Pelo caminhos do cotidiano,
Quem se afeiçoa à queixa renitente
É igual a nós: um coração humano,
Às vezes enganado, outras vezes doente!…
Muita afeição que cai ou se arroja, de todo,
No azedume infeliz,
Não sabe que remexe uma furna de lodo,
Nem pondera o que diz…
3 Injúria, humilhação, sarcasmo, treva
Na comunicação verbal que te procura
São canais de mais dor, quando a dor se subleva
E cria delinquência, expiação, loucura!…
Ante as palavras rudes ou sombrias,
Considera, também, por outro lado,
De quanta compreensão precisarias
Se tivesses errado!…
4 Palavras de ferir, palavras de humilhar,
Mágoas de quem falhou, reclamações de alguém,
Violência, agressão, amargura, pesar,
Entrega tudo a Deus nas vibrações do bem!…
Nunca leves adiante a sombra que te prova;
Lembra a lição do sol, sereno e superior,
Que, abrindo cada dia em luz de vida nova,
Tudo cobre de amor.
Maria Dolores
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