1 Na existência terrestre, surgem momentos tão aflitivos em certas circunstâncias, que mais vale dissolver as nossas reações na luz do entendimento, ante o silêncio do coração que expô-las verbalmente, traduzindo-as nos lábios, sob a força do raciocínio.
2 Bastas vezes, semelhantes ocasiões decorrem de provações particulares, na vida íntima, como sejam:
3 a atitude impensada de pais queridos, ante os quais não nos será lícito demonstrar o mínimo desconsolo;
4 a ofensa de filhos bem-amados, a quem desejamos ofertar unicamente proteção e ternura;
5 a hora de lágrimas de incompreensão de que partilhamos, frequentemente, perante a companheira ou o companheiro com os quais tenhamos edificado a bênção do lar;
6 o prejuízo que procede do associado de trabalho ou de ideal, a cuja amizade empenhamos o coração;
7 o desapontamento que um amigo nos cause;
8 o menosprezo oriundo da indiferença de companheiros que relacionávamos por tesouros de felicidade no escrínio da vida;
9 a deserção dos seres queridos;
10 a extremada luta pela conquista de compreensão naqueles com que respiramos o mesmo clima espiritual;
11 a dor que os entes amados nos impõem, quando se fazem motivos de tumulto e tribulação no campo de nossa própria casa…
12 Nessas horas de crise, em que tudo pareça conspirar contra nós e em que a nossa própria palavra, se for expressa, nada mais conseguirá que complicação e mais luta para a vida dos outros, lembremo-nos de que todos somos criaturas do Criador e ofereçamos um brinde para Jesus, de quem todos somos tutelados na Terra: — o brinde da paciência para com todos aqueles que nos criem provações e problemas; 13 e, reconhecendo que os objetivos da evolução se nos resumem na formação da felicidade de todos, em louvor de todos, acendamos pelo menos pequenina chama de amor no próprio coração… E com semelhante luz, trabalhando e servindo, sem precipitação e sem desânimo, aguardaremos, em paz, a intervenção infalível das Leis de Deus.
Emmanuel