1 “A maternidade é um segredo entre a mulher e Deus. 2 A participação do homem é ínfima, na maternidade; 3 a participação da mulher é tocada de alegria e de dor, de tormento e de sofrimento, de prazer e de responsabilidade, desde que o filho nasce, até o último dia da mulher sobre a Terra. 4 E sabe lá Deus se, depois desta Vida, quantas lutas sofrem as mães em auxílio aos filhos que deixaram neste mundo!
5 “Vamos orar, vamos pedir a Deus que nos ajude, que nos inspire e que dê à mãe brasileira este espírito de heroísmo no lar, de sacrifício silencioso, de renunciação em favor da família evangélica, porque nós sabemos que os outros povos vão precisar do padrão de vivência no Brasil, num futuro próximo ou remoto.
6 “Nós nos lembramos disto, porque, no Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, nós vemos, por exemplo, depois do Velho Testamento, depois da preparação do mundo pelos grandes Profetas, começando de Moisés, nós vamos ver um fato muitíssimo interessante para nós todos: 7 depois da formação das bases da fé cristã, como que, num serviço de pioneiros, num serviço de arredar pedras e fazer caminhos na selva do pensamento humano, nesta hora, Deus, na sua Infinita Misericórdia, chamou os homens, 8 mas, do Reinado do Nosso Senhor Jesus Cristo para cá, do Reinado da Graça que nós todos consideramos como sendo a vida na Terra, desde o nascimento de Jesus, nós vemos a consideração que o nosso Pai Eterno dispensou à mulher. 9 Quando a Providência Divina, por suas Leis, decidiu enviar à Terra o maior tesouro da vida humana de todos os séculos, Nosso Senhor Jesus Cristo, não mandou chamar os césares romanos ou os filósofos gregos, nem as autoridades que comandavam os poderes econômicos do mundo ou as que se mostravam na liderança da inteligência; 10 buscou uma jovem obscura e simples, conquanto admirável em sua pureza, aquela que nós todos, na Cristandade, reverenciamos como sendo Mãe Santíssima e que, em seu tempo, não era senão singela menina e moça que o mundo conheceu por Maria de Nazaré.”
11 “A Divina Providência determinou, assim, que nossa Mãe Santíssima fosse a autoridade suprema para receber Nosso Senhor Jesus Cristo e no-lo entregar para a renovação e aperfeiçoamento dos povos. 12 Por outro lado, mais tarde vemos Jesus chamando outra mulher, e agora Maria de Magdala, que fora chamada por Ele, da vida mundana menos feliz para a vida espiritual superior, a fim de se encarregar da Mensagem da Ressurreição. 13 Apareceu, na ressurreição primeiro a ela, a Madalena, decerto para induzir os discípulos a reconhecerem o valor que Ele atribui aos que se esforçam, desarvorados, por vencer as próprias fraquezas, para se consagrarem com Ele ao apostolado da redenção.”
14 “A isso nos referimos para destacar o imenso, o profundo papel da mulher na civilização cristã de todos os tempos. Dela, devemos aguardar a maior parcela da educação e reeducação de nossos sentimentos para uma vida melhor, a este propósito, observando a necessidade da sublimação do sentimento no mundo, sublimação que apenas atingiremos no sentido coletivo, com o apoio da mulher, seja na condição de mãe, esposa, educadora, irmã ou missionária do bem…”
Chico Xavier