1 A caridade sempre foi a força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela… 2 Quando ficava muito aborrecido comigo mesmo, com as minhas imperfeições e erros, procurava a periferia da cidade, visitando as favelas… 3 Sempre encontrei na prática do bem a mensagem de consolação e o conforto espiritual de que me achava carente! 4 Eu pensava comigo: — “Meu Deus, a minha vida não é tão inútil assim!…” As pessoas se alegravam com a minha presença; eu me sentava com elas e ficávamos longos minutos conversando… Éramos iguais. 5 Ali, eu pensava em muita coisa… Aqueles irmãos e irmãs ignoravam o meu mundo de lutas, as críticas que recebia, as calúnias, os ataques da imprensa, a incompreensão dos companheiros… Eu voltava refeito para casa. 6 Trocava um pedaço de pão por energia para o dia seguinte. O sorriso daquela gente me acompanhava… Aquelas senhoras pobres me abençoavam… 7 O médium que vive distante da vivência na caridade não possui retaguarda… Emmanuel me ensinou isto. 8 Ele me dizia: — “Chico, deixemos os nossos escritos; a página mediúnica pode esperar um pouco; é hora de você se reabastecer… Vamos para a periferia!” 9 E eu ia com ele ou ele comigo, não sei… Quando na minha cabeça eu já tinha esquecido tudo, voltava para a psicografia… 10 Sem a caridade, o médium não consegue sustentar o vínculo com a sua própria espiritualidade!…”
Chico Xavier