O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Entender conversando — Emmanuel


Capítulo 6

Mediunismo, fluidos e vibrações n

62 — MEDIUNIDADE


P. — Qual sua opinião sobre o problema da mediunidade na fase atual?

R. Nunca nos cansaremos de repetir que mediunidade é sintonia. Subamos aos cimos da virtude e do conhecimento e a mediunidade, na condição de serviço de sintonia com o Plano Divino, se elevará conosco.

Quanto ao aspecto geral do assunto, urge nos afastemos das demonstrações puramente fenomênicas para nos devotarmos, na atualidade, à obra de reconstrução cristã do mundo, pela restauração, dos valores morais da Humanidade, mediante a melhoria de nós mesmos.


63 — DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO


P. — Que dizer dos processos empregados atualmente pela maioria dos Centros, no que diz respeito ao desenvolvimento mediúnico? Como desenvolver médiuns?

R. Examinar as diretrizes das instituições não será trabalho compatível com as nossas responsabilidades singelas. Cada grupo doutrinário é a resultante dos propósitos e atividades dos seus componentes. Resumindo-se, porém, os programas do Espiritismo Evangélico, na sementeira do amor e da educação nos moldes que Jesus nos legou, acreditamos não encontrar outro código mais elevado para os serviços do nosso ideal, além do Evangelho sentido e vivido, nos diversos setores da experiência que nos é comum, código esse que deve presidir também não só o desenvolvimento dos médiuns, mas o progresso espiritual de todos os doutrinadores e companheiros em geral.


64 — OS ESPÍRITOS SUPERIORES E OS SOFREDORES


P. — Como tratar os Espíritos superiores? E os sofredores?

R. Aceitemos com humildade o concurso sagrado daqueles que se constituem nossos benfeitores nas Esferas Mais Altas e estendamos aos nossos irmãos mais necessitados que nós mesmos os braços fraternos que o Espiritismo envolve em bênçãos de revelação e de amor.

A vida é uma corrente. Somos os elos vivos que a formam e a lei de solidariedade deve orientar, em verdade, todas as nossas manifestações dentro da luta comum.


65 — MOVIMENTO ESPÍRITA


P. — Quais suas impressões sobre o movimento espírita em geral?

R. O Espiritismo, na opinião de um dos nossos abnegados paladinos da primeira hora, em qualquer tempo, será o que os homens dele fizerem. Confirmamos semelhante enunciado, apelando para os nossos compromissos de erguer-lhe as manifestações à vida superior.


66 — CONVERSÃO DE CATÓLICOS E PROTESTANTES


P. — Devem os espíritas preocupar-se com a conversão de católicos e protestantes ao Espiritismo?

R. Nosso dever primordial é o da conversão de nossa vida e de nossas exteriorizações individuais aos princípios santificantes que abraçamos.

Quando cada um de nós transformar-se em livro atuante e vivo de lições para quantos nos observam o exemplo, as fronteiras da interpretação religiosa cederão lugar à nova era de fraternidade e paz que estamos esperando.


67 — MISTIFICAÇÕES E ANIMISMO


P. — Que aconselhar aos médiuns que só recebem comunicações mistificadas?

R. A vitória na luta pelo bem contra o mal caberá sempre ao servidor que souber perseverar com a Lei Divina até o fim.


P. — Como esclarecer médiuns que hesitam discernir as comunicações espíritas dos próprios pensamentos?

R. Quem se sacrifica na extensão de recursos salvadores, oferecendo a vida e o tempo à causa da elevação humana, não deve perder-se em vacilações. Na essência, todos os atos nobres e todos os serviços de sublimação procedem do Cristo, de cuja amorosa autoridade não passamos de simples servidores.


P. — Não havendo absoluta segurança nas comunicações seria, ainda assim, aconselhável dedicar-se, o médium, à tarefa de atender consultas?

R. O serviço da caridade e do conhecimento é de toda condição, tempo e lugar. Não nos esqueçamos de que os cooperadores humanos são igualmente Espíritos, não obstante encarnados, guardando obrigações de estudar e servir no aperfeiçoamento incessante.


68 — DESENVOLVIMENTO DO ESPIRITISMO


P. — Que podemos esperar para os próximos cinquenta anos, a respeito do desenvolvimento da Doutrina Espírita?

R. Somos companheiros otimistas no campo da fraternidade. Se Jesus espera no homem, com que direito deveríamos desesperar? Aguardemos o futuro triunfante, no caminho da luz. A Terra é uma embarcação cósmica de vastas proporções e não podemos olvidar que o Senhor permanece vigilante no leme.


69 — FASE DE CONFUSÃO MUNDIAL


P. — É de se esperar que dure muito essa fase caótica de confusão que existe em nossos dias?

R. Façamos harmonia em nós mesmos e a perturbação exterior será reconhecida por nós à categoria de oportunidade valiosa de serviço aos nossos semelhantes.


70 — AFINIDADE VIBRATÓRIA


P. — Como explicar as diferenças vibratórias de cada Plano que colocam em mundo tão distantes, Espíritos geometricamente próximos?

R. Cada Espírito vive no Plano sentimental e consciencial que edificou para si mesmo. E se temos na Crosta da Terra um educandário com obrigações de exercício, fora do uniforme carnal, as almas vivem e evoluem no campo da afinidade vibratória.


71 — ANDRÉ LUIZ


P. — É realmente André Luiz o autor das obras que são publicadas sob esse pseudônimo ou emprestam, outros Espíritos, sua cooperação no preparo desses livros?

R. André Luiz é um trabalhador devotado à verdade e ao bem, que pelo seu ministério na boa vontade e na consagração ao serviço redentor dos homens, permanece em contato com grandes instrutores. Pode, portanto, falar por si mesmo e por aqueles que ouve na condição de discípulo atencioso e confiante.


72 — AMOR DAS ALMAS AFINS


P. — Criando-se alguma distância evolutiva entre dois Espíritos afins (almas gêmeas), essa distância poderá contribuir de algum modo para que se rompa ou, pelo menos, se atenue o grau de afinidade anterior?

R. O amor é ciência de sublimação para Deus e a felicidade para crescer deve dividir-se. Não há ruptura de laços entre os que se amam no infinito do espaço e na eternidade do tempo. As almas afins se engrandecem constantemente repartindo as suas alegrias e os seus dons com a Humanidade inteira, não existindo limitações para o amor, embora seja ele também a luz divina a expressar-se em graus diferentes nas variadas esferas da vida.

 

73 — FLUIDOS


P. — Perguntam-nos frequentemente sobre o que sejam fluidos. Qual a explicação que poderemos transmitir?

R. Os vossos estudos na ciência eletrônica, adiantando-se nas especulações e realizações do magnetismo e da eletricidade, vos conduzirão a equações positivas no problema aventado.

O exame dos fluidos, em suas características que se graduam até o infinito, exigiria por agora, a confecção de muitos tratados sem proveito imediato para a mente coletiva, ante a vossa necessidade de mais ampla habilitação espiritual para a grandeza do assunto na Terra.


74 — VIBRAÇÃO


P. — Que é vibração?

R. Interpretemos, por enquanto, a vibração como sendo “onda”.

Perguntareis, em seguida, o que seja “onda” e vos responderemos que mais vale, acima da perquirição, a obtenção dos recursos, com que possamos estar em condições de igualdade para ver e observar.

Construamos os olhos do espírito no mundo dos homens, pela legítima sublimação dos sentimentos, e entenderemos juntos o quadro divino em que se desenrola o drama de nossa evolução no Universo. Penetremos, pois, na onda do Cristo e realizaremos a verdade mais depressa.


75 — DIVÓRCIO


P. — Como deve o advogado encarar o problema do divórcio, se admitido pela lei humana?

R. Acreditamos com a palavra de Jesus que o divórcio é medida tolerada, perante a dureza dos nossos corações, ainda incapazes de atender à renunciação e ao sacrifício em favor da perfeita alegria no coração daqueles que se fazem os companheiros de nossa jornada redentora ou evolutiva.


76 — INDIVIDUALIDADE


P. — Quando começa a individualidade no setor geral da vida?

R. Pensamos que a individualidade, constituindo a noção de si mesmo, começa no dia em que desabrocha no ser a claridade da razão com o discernimento.


77 — AFINIDADE ENTRE OS HOMENS


P. — Qual a causa que determina a afinidade entre os homens?

R. Quando as pedras preciosas alijam o envoltório denso em que se mergulham, confundem-se na mesma riqueza e no mesmo brilho. Assim também, quando a consciência, que é luz divina sob as trevas da carne, se desvencilha da ignorância, passa a gerar simpatia, identifica-se com a bondade e penetra o oceano de amor em que a vida se desenvolve, afinando-se com todos os seres e com todas as cousas, através do sol invisível da grande Compreensão.


78 — O AMOR NO SENTI DO UNIVERSAL


P. — Fazendo-se abstração ao conceito imediatista dos órgãos materiais, como devemos justificar o Amor no sentido Universal?

R. O amor é o clima em que as menores expressões da vida, em todos os Planos, crescem nos laboratórios do tempo, para a divina glorificação.


79 — CONCEITO DE VIDA


P. — Como podemos conceituar, no seu sentido mais amplo, o fenômeno da Vida?

R. Ainda não nos conhecemos para apresentar a equação exata ao problema proposto. Quando comungarmos com o Pai, herdaremos a vida em toda a sua grandeza e poderemos, então, conceituá-la.

Até lá, o único direito que desfrutamos é o de agir para bem fazer, aprendendo a servir incessantemente, em favor do nosso próprio crescimento espiritual, de vez que, confrontados com a Esfera dos Anjos, onde imperam o Amor e a Sabedoria, não passamos de amebas pensantes, com o poder de estudar e trabalhar.


Francisco Cândido Xavier

Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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