D. Alice de Carvalho Costa, residente em São Paulo, perdeu um filho tragicamente na cidade de Bragança, próxima da capital paraense, em 10 de janeiro de 1978. Em fins de 1980, quando recebeu, dele mesmo, em Uberaba, elucidativa mensagem mediúnica, tivemos o prazer de conhecê-la. E, agora, em atenciosa carta, da qual reproduziremos os tópicos principais, assim expõe seu caso, esperando beneficiar outros corações em lutas semelhantes:
“Prezado amigo Sr. Hércio:
Fiquei muito feliz ao receber sua amável cartinha, pedindo esclarecimentos sobre a mensagem de meu querido filho Pedro Luiz.
Em primeiro lugar, quero explicar que, depois da partida de meu filho para uma nova vida, pensava nunca mais ter alegria. Porém, mesmo tendo grande dor por dentro, a mensagem de Pedrinho trouxe-me imensa alegria e forte emoção, só de saber que ele está vivo, já perdoou e pede para que a gente perdoe. As suas palavras foram respostas ao meu desespero e ao meu sofrimento.
Quando Pedrinho partiu quase enlouquecemos, pois ele era um ídolo em casa. Meu marido foi ao Pará, lá permanecendo até março de 1978, quando regressou a São Paulo para buscar-me, com a intenção de voltarmos juntos, só regressando em definitivo de Belém quando descobríssemos quem matou nosso filho. Mas, Deus escreve certo em linhas tortas, pois meu marido quebrou o fêmur numa queda, ficando seis meses sem andar. Eu dizia que não devíamos voltar ao Pará, pois existe a justiça de Deus. Depois passei a dizer que só concordaria em reabrir o Processo, após o recebimento de mensagem de meu filho. Somente na décima terceira viagem a Uberaba recebi a tão aguardada mensagem. Foi pequena, mas representou tudo para nós! E ninguém mais falou no Processo.”
A MENSAGEM n
“Estou vivo, vivo e trabalhando.”
1 Querido papai Pedro n e querida mamãe, peço-lhes a bênção.
2 Venho rogar-lhes esquecimento do acontecido no hotel do norte. n A provação terminou. Agradeço à nossa Hilda por me haver procurado em tempo certo, porque assim, tudo se esclareceu em hora exata. n
3 Estou vivo, vivo e trabalhando. Pensem a meu respeito nessa base da realidade porque ninguém morre. A vovó Maria Efigênia n me amparou nas horas difíceis.
4 Não desejo reparações, pois não guardo ressentimento contra ninguém. Aquilo que não fazemos para que outros sofram vem das leis de Deus, e não de nós. E, se passei pela provação que conhecemos, naturalmente era eu devedor necessitado de reajuste. n
5 Tudo passou e envio lembranças ao Wladimir n e às queridas irmãs, sem me esquecer de nossa Hilda. E, para os pais queridos, um abraço do filho reconhecido,
Pedro Luiz de Carvalho Costa n
NOTAS E IDENTIFICAÇÕES
1 — Psicografia de F. C. Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, Uberaba, MG, a 24/10/1980.
2 — Papai Pedro — Pedro de Oliveira Costa.
3 — Hotel do norte — Pedro Luiz foi assassinado num quarto de hotel, no norte do país.
4 — Agradeço à nossa Hilda por me haver procurado em tempo certo. — Foi Hilda, sua noiva, quem conseguiu esclarecer o destino de Pedro Luiz, desaparecido há semanas, porém já sepultado com nome errado, após exame pericial no Instituto Médico-Legal. Daí, não ter sido anteriormente localizado pelos seus irmãos.
5 — Vovó Maria Efigênia — Avó paterna, desencarnada há muitos anos.
6 — Se passei pela provação que conhecemos, naturalmente era eu devedor necessitado de reajuste. — Pedro Luiz revela-se informado das Leis Divinas, justas e sábias, que, paralelamente ao livre arbítrio pessoal, regem nossos destinos. A Lei de Causa e Efeito, ou da Ação e Reação, presente no ciclo de nossas reencarnações, esclarece sua expiação.
7 — Wladimir — Irmão.
8 — Pedro Luiz de Carvalho Costa — Em setembro de 1977, já tendo abandonado o 3º ano do curso de engenharia, foi a Belém do Pará atendendo convite de amigos, para abrir um Cursinho em sociedade. Meses depois, no Natal, enviou à família sua última carta, mostrando-se feliz com suas realizações. Faleceu em 10/01/1978, com 24 anos de idade.