O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Desobsessão — André Luiz — F. C. Xavier / Waldo Vieira


Um livro diferente

“E perguntou-lhe Jesus, dizendo: “Qual é o teu nome?” E ele disse: “Legião”, porque tinham entrado nele muitos demônios.” — (Lucas, 8.30)


1 Atendendo ao trabalho da desobsessão nos arredores de Gádara, vemos Jesus a conversar fraternalmente com o obsesso que lhe era apresentado, ao mesmo tempo que se fazia ouvido pelos desencarnados infelizes.

2 Importante verificar que ante a interrogativa do Mestre, a perguntar-lhe o nome, o médium, consciente da pressão que sofria por parte das Inteligências conturbadas e errantes, informa chamar-se “Legião”, e o evangelista acrescenta que o obsidiado assim procedia “porque tinham entrado nele muitos demônios”.

3 Sabemos hoje com Allan Kardec, conforme palavras textuais do Codificador da Doutrina Espírita, no item 6 do capítulo XII, “Amai os vossos inimigos”, de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, ( † ) que “esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais”.

4 No episódio, observamos o Cristo entendendo-se, de maneira simultânea, com o médium e com as entidades comunicantes, na benemérita empresa do esclarecimento coletivo, ensinando-nos que a desobsessão não é caça a fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio associado à fé.

5 Seja no caso de mera influenciação ou nas ocorrências da possessão profunda, a mente medianímica permanece jugulada por pensamentos estranhos a ela mesma, em processos de hipnose de que apenas gradativamente se livrará.  6 Daí ressalta o imperativo de se vulgarizar a assistência sistemática aos desencarnados prisioneiros da insatisfação ou da angústia, por intermédio das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa ordem que, aliás, demandam paciência e compreensão análogas às que caracterizam os enfermeiros dedicados ao socorro dos irmãos segregados nos meandros da psicose, portas a dentro dos estabelecimentos de cura mental.

7 Sentindo de perto semelhante necessidade, o nosso amigo André Luiz organizou este livro diferente de quantos lhe constituem a coleção de estudioso dos temas da alma, no intuito de arregimentar novos grupos de seareiros do bem que se proponham reajustar os que se veem arredados da realidade fora do campo físico. 8 Nada mais oportuno e mais justo, de vez que, se a ignorância reclama o devotamento de professores na escola e a psicopatologia espera pela abnegação dos médicos que usam a palavra equilibrante nos gabinetes de análise psicológica, a alienação mental dos Espíritos desencarnados exige o concurso fraterno de corações amigos, com bastante entendimento e bastante amor para auxiliar nos templos espíritas, atualmente dedicados à recuperação do Cristianismo, em sua feição clara e simples.

9 Salientando, pois, neste volume, precioso esforço de síntese no alívio aos obsessos, através dos colaboradores de todas as condições, rogamos ao Senhor nos sustente a todos — tarefeiros encarnados e desencarnados — na obra a realizar, porquanto obsidiados e obsessores, consciente ou inconscientemente arrojados à desorientação, no mundo ou além do mundo, são irmãos que nos pedem arrimo, companheiros que nos integram a família terrestre, e o amparo à família não é ministério que devamos relegar para a esfera dos anjos e sim obrigação intransferível que nos compete abraçar por serviço nosso.


Emmanuel


Uberaba, 2 de janeiro de 1964.

(Página recebida pelo médium, Francisco Cândido Xavier.)


André Luiz


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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