1 Erraríamos frontalmente se julgássemos que a desobsessão apenas auxilia os desencarnados que ainda pervagam nas sombras da mente.
2 Semelhantes atividades beneficiam a eles, a nós, bem assim os que nos partilham a experiência quotidiana, seja em casa ou fora do reduto doméstico, e, ainda, os próprios lugares espaciais em que se desenvolve a nossa influência.
3 Reuniões dedicadas à desobsessão constituem, bastas vezes, trabalho difícil, pois, em muitas circunstâncias, parece cair em monotonia desagradável, não só pela repetição frequente de manifestações análogas umas às outras, como também porque a elas comparecem, durante largo tempo, entidades cronicificadas em rebeldia e presunção. 4 Isso, porém, não pode e não deve desencorajar os tarefeiros desse gênero de serviço, de vez que nenhum pesquisador encarnado na Terra está em condições de avaliar os benefícios resultantes da desobsessão quando está sendo corretamente praticada.
5 Todos possuímos desafetos de existências passadas, e, no estágio de evolução em que ainda respiramos, atraímos a presença de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao clima do pensamento, prejudicando, não raro, involuntariamente, as nossas disposições e possibilidades de aproveitamento da vida e do tempo. 6 A desobsessão vige, desse modo, por remédio moral específico; arejando os caminhos mentais em que nos cabe agir, imunizando-nos contra os perigos da alienação e estabelecendo vantagens ocultas em nós, para nós e em torno de nós, numa extensão que, por enquanto, não somos capazes de calcular. 7 Através dela, desaparecem doenças-fantasmas, empeços obscuros, insucessos, além de obtermos com o seu apoio espiritual mais amplos horizontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciáveis para agir, diante do próximo, com desapego e compreensão.
André Luiz