O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Doutrina-escola — Autores diversos


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Celebrando o centenário n

1 O Primeiro Centenário da Codificação do Espiritismo revestiu-se de enorme importância, não apenas no Círculo dos companheiros encarnados, mas também nas Esferas Espirituais, vizinhas da Humanidade.


2 Inquestionavelmente, os núcleos de vida mais nobre, postos avançados do Espírito humano para a Vida Superior, já guardavam consigo, em soberana exaltação de beleza, os princípios trazidos ao mundo por intermédio de Allan Kardec, mas, no imenso vale das criaturas torturadas, a se erguerem da sombra para a luz, a Doutrina Espírita representou preciosa contribuição no trabalho iluminativo da alma, aplainando dificuldades, auxiliando consciências e clareando caminhos.


3 Desde o eclipse do Evangelho no culto exterior, anuviou-se o roteiro da morte na marcha da Civilização.

4 Longo tempo gastava a mente desencarnada para desvencilhar-se dos escuros liames que lhe escravizavam a vida.


5 As garras medievais senhoreavam largos continentes do Espírito.

6 Milhões de criaturas transportavam para a névoa do túmulo apenas imaginárias concepções do figurino religioso. 7 Quando devotadas à fé, acreditavam-se no paraíso estanque da contemplação sem limites, em perigosa consagração à ociosidade e, se atormentadas por remorsos e inquietações, faziam-se presa fácil de gênios perversos, demorando-se indefinidamente no inferno de impressões culposas que lhes esbraseava o próprio seio.


8 Que o auxílio celeste chegava sempre, não havia dúvida. Mas vinha, como era justo, de fora para dentro, subordinado a percalços de toda sorte, porque a própria mente interessada no auxílio de Cima congelava em si mesma os impulsos de evolução, admitindo-se catalogada em sentença definitiva.


9 Com naturais exceções, vastas fileiras de desencarnados voltavam do sepulcro para o berço, cristalizados na ilusão, depois de longo itinerário na amargura e na insensatez, sem qualquer proveito na experiência além-túmulo, porque o fanatismo é tirânico interventor no reino mental, gerando superstições e fantasmas que se nutrem do pensamento das próprias vítimas.


10 Com a luz do Espiritismo, porém, vigoroso clarão varre o domínio das trevas.
Sublimes revelações banham as praias do sem-fim…
O homem retoma o Cristianismo libertador.


11 Jesus é lembrado não mais à feição de mago invulgar, salvando as criaturas ou condenando-as como poderoso ditador terrestre, preocupado com o incenso da adulação, mas sim como o Mestre Divino, ensinando a cada um de nós a carregar a própria cruz, servindo ao bem para merecê-lo, segundo a reta justiça.


12 Valendo-se da cooperação de amigos do Plano físico que desalgemam as ideias dos antigos cárceres de intolerância, os servidores do bem, na Esfera espiritual, encontram cabeças de ponte para a administração de socorro a compactas multidões de filhos do infortúnio que circunvagam, sem a veste do corpo, no nevoeiro da loucura e da desesperação.


13 Abrem-se túneis de generosa luz na noite da ignorância.
Homens desencarnados, vibrando em novas aspirações de trabalho, quais nós mesmos, encontram recursos de colaborar na extinção dos resultados infelizes da lavoura de enganos a que se acolheram. 14 E movimentos de progresso e renovação surgem nas regiões inferiores, purificando emoções e lenindo anseios, estendendo o consolo e edificando a esperança.


15 Velhas bastilhas religiosas caem na Terra e nos Círculos de evolução que lhes dizem respeito, e no planeta amanhece um novo dia, reaparecendo o vulto excelso de Jesus, à frente da Humanidade, comandando-lhe a jornada regeneradora no rumo da ascensão.


16 É por isso que, ante o sol do Primeiro Centenário d’O Livro dos Espíritos, cujas sínteses fulgurantes constituem o marco da grande transformação, comovidos e reverentes, associamo-nos aos companheiros de luta terrestre no coro de agradecimentos ao Céu pela bênção do Espiritismo, reiterando jubilosos:
— Glória ao Cristo de Deus!
— Salve Allan Kardec!


Irmão X

(Humberto de Campos)



[1] (Mensagem recebida em 1957.)


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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