1 Descerra dentro dalma a fúlgida janela
Da esperança a brilhar, fervorosa e tranquila,
E do escuro portal da Terra que te asila
Contempla a imensidão que de luz se constela!
2 Plasma teu sonho, alem da máscara de argila
Que, da infância à velhice, a ilusão te afivela…
Na miséria ou na glória, a carne por mais bela
É sempre a mesma flor que o sepulcro aniquila.
3 Inda mesmo que a dor te espreite qual pantera,
Eleva-te e perdoa, aprimora-te e espera
Para que a vida em ti não se ensombre ou degrade.
4 E hoje, colado ao chão no mundo que te oprime,
Amanhã librarás, em ascensão sublime
Qual falena de amor ao sol da Eternidade!…
Francisca Júlia da Silva
|