1 Não olvides que a obra do entendimento, no edifício da tranquilidade comum, é assim qual alicerce nos fundamentos do instituto doméstico, a erguer-se, acolhedor.
2 Efetivamente, não dispões de arcas repletas com que atender à exigência de todos os famintos da estrada, mas podes suportar com carinho o parente menos feliz que se socorre habitualmente de tua casa.
3 Em verdade, não conseguirás remédio bastante para todos os doentes da região em que te situas, entretanto, não te faltam possibilidades de tolerar o vizinho enfermo que, muitas vezes, te incomoda entre a obsessão e a necessidade.
4 Indiscutivelmente não deténs recurso para convencer aos amigos, enrijecidos na indiferença, quanto à realidade da justiça divina e da sobrevivência da alma, no entanto, podes com o teu exemplo silencioso de bondade e renúncia, em favor deles, insuflar-lhes pensamentos de solidariedade e compreensão, preparando-lhes a futura sementeira de fé.
5 Decerto, não contas com facilidades e privilégios para remover os obstáculos à ordem pública, nem guardas contigo o poder de evitar as calamidades do quadro social em que o Senhor te conserva a existência, no entanto, podes auxiliar a teu filho ou a teu pai, a teu irmão ou a teu companheiro com a palavra generosa, com o sorriso amistoso, com a atitude compreensiva ou com a prece oculta na extinção de males iniciantes e imprevisíveis, porquanto não ignoramos que o incêndio, quase sempre, começa na fagulha imperceptível.
6 Cultiva o entendimento, mobilizando a ti mesmo nessa jornada de amor, e acenderás entre os homens aquela caridade que é senda de luz para a Vida Maior.
7 Usa o dinheiro a teu serviço, na beneficência que te enriqueces o caminho, e movimenta o teu verbo inflamado de cultura, no esclarecimento das almas, todavia, não te esqueças de que somente compreendendo aos outros para melhor servi-los, segundo os padrões do Cristo, nosso Mestre e Senhor, é que estaremos, realmente, no clima nutriente daqueles que se consagram à construção da Humanidade Melhor.
Emmanuel