1 Não é somente o Rico da Parábola ( † ) o grande devedor diante da vida.
2 A fortuna amoedada é, por vezes, simples cárcere.
3 Há outros avarentos que devemos recordar em nossa viagem para a Luz Maior.
4 Temos, conosco, os sovinas da inteligência, que se ocultam nas floridas trincheiras da inércia; 5 os abastados da saúde que desamparam os aflitos e os doentes; 6 os privilegiados da alegria que cerram a porta aos tristes, isolando-se no oásis de prazer; 7 os felizes da fé que procuram a solidão, a pretexto de se preservarem contra o pecado; 8 os expoentes da mocidade que menosprezam a velhice; 9 os favorecidos da família terrestre, que olvidam os andarilhos da penúria que vagueiam sem lar.
10 Todos esses ricos da experiência comum contraem pesados débitos para com a Humanidade.
11 Lembremo-nos de que o Tesouro Real da Vida está em nosso coração.
12 Quem não pode doar algo de si mesmo, na boa vontade, no sorriso fraterno ou na palavra sincera de bondade e encorajamento, debalde estenderá as mãos recheadas de ouro, 13 porque só o amor abre as portas da plenitude espiritual e semeia na Terra a luz da verdadeira caridade, que extingue o mal e dissipa as trevas.
14 A pobreza é mera ficção.
15 Todos temos algo.
16 Todos podemos auxiliar.
17 Todos podemos servir.
18 E, consoante a palavra do Mestre, “o maior na vida será sempre aquele que se fizer o devotado servidor de todos”. ( † )
Emmanuel
(Reformador, julho 1952, p. 158)