O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Depois da travessia — 1ª Parte — Autores diversos


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Saudações de João-de-Barro

14|12|1946 n

1 De minha casa de barro,
Cheia de paz e de amor,
Eu venho saudar convosco,
Nosso antigo benfeitor.


2 Trago os filhotes comigo,
Em trajes de festival,
Compartilhando a alegria
De um natalício imortal.


3 Vimos do abrigo amoroso,
Dos cimos da prateleira,
Entramos pela janela
Num galho de trepadeira.


4 Como esquecer a voz terna
Repassada de carinho,
Que conversava conosco
Na solidão do caminho?


5 Como olvidar a mão clara,
Que tudo fazia certo,
Quando vinha docemente
Encorajar-nos de perto?


6 Grande amigo! Muitas vezes,
Deixava o salão dourado
Para buscar-me o lar rude,
Pobrezinho, desprezado.


7 Por que fôssemos humildes,
Trabalhando em terra escura,
Nunca deixou de tratar-nos
Com carinho, com ternura.


8 Pobre operário que eu sou,
Falava-me ao coração,
Ensinava meus filhinhos
A terem educação.


9 Chamado às honras do mundo
E às ambições da riqueza,
Preferiu viver conosco
Na sombra e na singeleza!…


10 Espalhava em nossa casa
As bênçãos e os dons divinos.
Sabia exaltar no mundo
A glória dos pequeninos!


11 Professor, recebe agora
Nossa eterna gratidão!
Que um passarinho também
Tem alma, tem coração!


Casimiro Cunha



[1] A data no livro impresso é 18|12|1946, mas vide a que consta nos livros “Sementeira de paz” Saudação de João de Barro e no “Sementeira de luz” Oração a João de Barro.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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