11|05|1938
1 Maria e Rômulo, meus prezados amigos,
Não sei como definir-lhes a minha penosa situação espiritual! 2 Quero chorar e não posso. Uma dolorosa angústia me domina a alma toda, não obstante sentir algum alívio junto da luz suave que se desprende da reunião dos inesquecíveis amiguinhos!
3 Sinto verdadeiro arrependimento olhando os dias últimos de minha existência terrestre! Todo o meu mal foi haver ficado na piedosa sombra do coração de Julinha n sem ouvir-lhe os salutares conselhos. Suas lágrimas, minha boa Maria, caem na minha alma como um bálsamo.
4 Você é muito feliz, n possui um esposo digno, os filhinhos e a fé que lhe alimenta o coração de mãe dedicada e carinhosa. 5 Eu também possuo o melhor dos companheiros, mas não tive a fé necessária para venerar-lhe a memória e caí no longo caminho das tentações. Lavo meu coração de mulher nas lágrimas do mais sincero remorso e quero dar força nas minhas palavras para pintar-lhes o meu arrependimento.
6 Peçam ao Aurélio n que me perdoe, pedido esse que quero estender à bondosa Dedé, n que eu não pude compreender com a minha educação defeituosa.
7 Envergonho-me de pedir a proteção do meu Ambrósio. n Lembro-me de que ele tantas vezes tentou ajudar-me daqui mesmo, aconselhando-me com seu carinho e com o seu desvelado amor! Entretanto, não parei para ouvi-lo, enquanto era tempo… Peçam a ele, nas suas preces, que me perdoe!
8 Orem pela minha paz! Agora preciso retirar-me, voltarei quando Deus quiser. Aparecer aqui me faz grande bem. Perdoem à amiga e tia na Terra,
Marie
Notas da organizadora:
[1] Em referência à minha avó Júlia.
[2] Em referência a mim e ao meu único irmão, Roberto Joviano.
[3] Referência ao vovô Aurélio e à sua irmã Dedé.
[4] Ambrósio [Mensagem seguinte] também era irmão do vovô Aurélio e foi casado com a norte-americana Marie Benson, que assina a mensagem, que foi recebida por Chico Xavier e Maria Joviano, com a utilização da prancheta. Rômulo Joviano fez as anotações.