1 Todas as missões dignificadoras dos grandes vultos humanos são tarefas do Espírito. 2 Precisamos compreender a santidade do esforço de um Edson, desenvolvendo as comodidades da civilização, o elevado alcance das experiências de um Marconi, ( † ) estreitando os laços da fraternidade, através da radiotelefonia. 3 Apreciando, porém, o labor da inteligência humana, somos obrigados a reconhecer que nem todas essas missões têm naturalmente uma repercussão imediata e grandiosa no Mundo dos Espíritos.
4 Daí a razão de examinarmos o traço essencial do trabalho confiado a Allan Kardec. Suas atividades requisitaram a atenção do planeta e, simultaneamente, repercutiram nas Esferas espirituais, onde se formaram legiões de colaboradores, em seu favor
5 Sua tarefa revelava ao homem um mundo diferente. 6 A morte, o problema milenário das criaturas, perdia sua feição de esfinge. Outras vozes falavam da vida, além dos sepulcros. 7 Seu esforço espalhava-se pelo orbe como a mais consoladora das filosofias; por isso mesmo, difundia-se, no Plano Invisível, como vasto movimento de interesses divinos.
8 Ninguém poderá afirmar que Kardec fosse o autor do Espiritismo. Este é de todos os tempos e situações da humanidade. 9 Entretanto, é ele o missionário da renovação cristã. Com esse título, conquistado a peso de profundos sacrifícios, cooperou com Jesus para que o mundo não morresse desesperado. 10 E, contribuindo com a sua coragem, desde o primeiro dia de labor, organizaram-se nos Círculos da Espiritualidade os mais largos movimentos de cooperação e de auxílio ao seu esforço superior.
11 Legiões de amigos generosos da humanidade alistaram-se sob a sua bandeira cooperando na causa imortal. 12 Atrás de seus passos, movimentou-se um mundo mais elevado, abriram-se portas desconhecidas dos homens, para que a ciência e a fé iniciassem a marcha da suprema união, em Jesus Cristo.
13 Não somente o orbe terrestre foi beneficiado. Não apenas os homens ganharam esperanças. O Mundo Invisível alcançou, igualmente, consolo e compreensão.
14 Os vícios da educação religiosa prejudicaram as noções da criatura, relativamente ao problema da alma desencarnada. 15 As ideias de um Céu injustificável e de um Inferno terrível formaram a concepção do Espírito liberto, como sendo um ser esquecido da Terra, onde amou, lutou e sofreu.
16 Semelhante convicção contrariava o espírito de sequência da Natureza. Quem atendeu as determinações da morte, naturalmente, continua, além, suas lutas e tarefas, no caminho evolutivo, infinito. 17 Quem sonhou, esperou, combateu e torturou-se não foi a carne, reduzida à condição de vestido, mas a alma, senhora da Vida Imortal.
18 Essa realidade fornece uma expressão do grandioso alcance “da missão de Allan Kardec”, considerada no Plano Espiritual.
19 É justo o reconhecimento dos homens e não menos justo o nosso agradecimento aos seus sacrifícios “de missionário”, ainda porque apreciamos a atividade de um apóstolo sempre vivo.
Que Deus o abençoe.
20 O Evangelho nos fala que os anjos se regozijam quando se arrepende um pecador. ( † ) E a tarefa santificada de Allan Kardec tem consolado e convertido milhares de pecadores, neste mundo e no outro.
Emmanuel