23/10/1940
Doutor Rômulo, estou aqui para dizer ao senhor que Deus lhe pagará tudo o que tem feito por mim. O senhor, que antigamente me deu emprego, me deu agora também a luz. Estou cheio de alegria e peço a Deus que ajude o senhor, com toda a sua família. Do seu menor criado,
Belmiro Cota
Meus amigos, Deus nos abençoe. Este irmão exemplifica para nós outros a situação de um espírito evoluído, que terminou a sua rude obrigação expiatória sobre a Terra. O velho homem do campo, chefe de numerosa família, que o não podia compreender, veio de Mais Longe para dar um testemunho de humildade real. Conheceu as dificuldades mais penosas, os trabalhos, as ingratidões dos laços de sangue, as enfermidades de um corpo que lhe vedava as manifestações de inteligência. Muitas vezes, refletiu maduramente sobre as ideias inatas que trazia de seu meio contrário às tendências de seu coração, mas o velho Belmiro não sabia que suas raízes espirituais se encontravam no antigo feudalismo italiano, onde abusou dos bens da fortuna, da inteligência e dos dons da terra. Sua última romagem foi laboriosa e redentora. Fortifiquemo-lo com o nosso auxílio e guardemos a lição. Estamos a ajudá-lo em sua nova fase. Deus vos abençoe.
Emmanuel