20/05/1957
1 Para que nós, os espíritas, não venhamos a falsear a profecia de que somos portadores, é imprescindível nos atenhamos à obra de amor e luz que nos cabe na concretização dos princípios do Mestre, cuja lição levantamos dos velhos sepulcros da letra em que se nos aprisiona a experiência religiosa.
2 Disse-nos o Senhor: “Não julgueis para que não sejas julgado”. ( † ) Isto, decerto, não equivale dizer que é preciso abolir a análise do nosso campo de inteligência, mas sim que toda condenação é vinagre no pão da fraternidade com que pretendemos nutrir a concórdia entre os homens.
3 Asseverou, de outra feita: “Serás medido com medida idêntica a que aplicares a teu irmão”. ( † ) Isto também não indica que devamos marchar indiferentes a confrontações e definições, necessárias à elevação de nível do progresso que nos é próprio, mas sim que usar as armas da ironia ou da violência com que somos defrontados no roteiro comum será o mesmo que atirar petróleo à fogueira, com o propósito de extinguirmos o incêndio da crueldade.
4 Lembremo-nos, pois, na oficina de trabalho a que fomos conduzidos, de que somente amando aos inimigos e ajudando aos que nos perseguem, através do silêncio digno e da oração espontânea, segundo os ensinamentos do divino Orientador, que nos propomos seguir, é que realmente seremos fiéis à luz profética com que somos chamados a construir a nova mentalidade cristã para os novos tempos.
5 Conjuguemos, assim, emoções e pensamentos, palavras e atitudes, atos e fatos, num só objetivo: a obra de genuíno esclarecimento das almas, com base em nosso próprio testemunho de serviço e de amor, na certeza de que se a árvore, no quadro da natureza, retira do adubo repelente a seiva fecundante que lhe assegura a frutescência em plenitude de substância e beleza, também nós outros, escravizados ainda em nossas próprias imperfeições, podemos retirar delas os mais santos recursos de aprendizado, aproveitando-os, na consecução da tarefa redentora que nos compete realizar e atingindo, por fim, a verdadeira comunhão com aquele que é para nós todos, na Terra, a luz do caminho, o alimento da verdade e a glória incessante da vida.
Emmanuel
Nota do Editor: Mensagem psicografada por Chico Xavier no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo | MG.
[Essa mensagem foi publicada também em 1989 pela editora IDEAL e é a 2ª lição do livro: “Refúgio”.]