23/03/1949
1 Meus amigos, muita paz. Desejando-vos a todos as bênçãos do Senhor, tanto quanto buscamo-las para nós mesmos, nunca nos cansaremos de agradecer-vos o empenho colocado no serviço da espiritualidade cristã. Que o Senhor nos ajude e ampare sempre. 2 Com referência ao livro do nosso irmão Figner [cap. 297], deixei propositadamente de refazer-lhe as expressões indicativas da autenticidade autoral até agora para melhor perscrutar o ânimo dos que lhe acompanham na retaguarda doméstica e, com sincero pesar, chegamos à conclusão de que devemos operar mais profunda ocultação do autor a benefício do trabalho que ele, magnanimamente, se propõe realizar — a doutrinação das consciências com a descrição dos sucessos na experiência imediata, além-túmulo. 3 Os propósitos de escândalo são enormes e temos o dever de usar a medicina acauteladora toda vez que o prévio conhecimento da enfermidade nos visita na intimidade do coração. 4 Assim julgamos oportuno que os dois principais personagens, o nosso amigo e a filha que o recebeu, adotem os nomes “Irmão Jacob” e “Marta”, nomes que não lhes são estranhos na vida espiritual, para que o anonimato absoluto nos constitua defesa na hipótese do ataque indébito. 5 E as corrigendas, como as que foram lembradas, quais a do cronista no Correio da Manhã e a da introdução do fonógrafo na América do Sul, serão levadas a efeito, permanecendo, de nossa parte, à disposição dos amigos para quaisquer outros reajustes. 6 Em verdade, a luta é grande contra o mal, entretanto, para satisfazer ao mal não devemos deixar no olvido um trabalho que é patrimônio de todos. Desse modo, atenderemos às exigências do caminho, sem perder a jornada que nos cabe efetuar. 7 Outro detalhe que supomos importante é a conservação do original nas mãos em que se encontram, não se seguindo, no presente caso, às normas anteriores. A ala de nosso amigo Quintão não nos poderia entender, talvez, de imediato, a necessidade de defesa prévia, de vez que numa tarefa da natureza desta que vamos desenvolvendo, pela misericórdia do Alto, não nos compete o direito de estorvar a ninguém, nem criar situações embaraçosas para qualquer companheiro. 8 A obra é de “cirineus” libertos e felizes, não constrangidos, por nos sabermos sob uma cruz luminosa que somente honra e alegria nos traz. Será, desse modo, importante que as presentes particularidades sejam comunicadas ao presidente da Federação. Desde já agradecemos a todos, antecipando-nos no reconhecimento sincero de sempre. 9 Visitando o nosso amigo Comandante, com os nossos votos de boa saúde, deixamos, por sinal de contentamento, a seguinte lembrança:
10 Meu prezado General,
É grande a nossa alegria
Por vê-lo de anzol e vara
À frente da pescaria.
11 Aconselhamos, porém, a viagem em automóvel, por ser mais eficiente e rápida. Agradecendo-vos, sou o amigo e servo humilde de sempre,
Emmanuel