06/05/1936
1 Venho ao vosso meio em companhia da minha irmã Martha, com quem venho ligando, desde que nós ambas fomos nos encontrar no antigo Convento de Odivellas, † nos tempos ominosos do nefasto D. João V. † Até hoje, nós duas, através da rede das reencarnações, não nos separamos. 2 Muitas das personalidades daqueles tempos reparávamos seus grandes desvios. Mesmo esse monarca libidinoso, depois de esbanjar o ouro do Brasil, nos seus absurdos do absolutismo, nas suas imoralidades, que a História comprova, foi um obscuro escravo no Brasil, tendo resgatado nos trabalhos do cativeiro os seus desregramentos do passado. 3 Minha palestra não é ociosa. Procuro incutir-vos o amor ao cumprimento dos vossos deveres na face da Terra. Voltarei mais tarde. Quero contar-vos alguns casos de outrora. Adeus.
Sóror Maria da Purificação
Filhos, agora podereis repousar. Maria da Purificação é uma dedicada companheira. Tem, contudo, um defeito: gosta muito de historiar as coisas alheias, tocando, por vezes, a indiscrições. Se com as atualidades não podemos convencer os homens, muito menos poderemos fazê-lo a poder de sebastianismos. n Boa noite.
Emmanuel
[1] [Sebastianismo: Crença espalhada em Portugal de que Dom Sebastião não havia morrido, mas deveria voltar, um dia, para governar o país. Aplica-se a todo e qualquer movimento saudosista, político, esperando o regresso de algum político ao governo. — Grande Dicionário Etimológico-prosódico da Língua Portuguesa. Por Francisco da Silveira Bueno. Edição Saraiva. SP.]