1 Sofre pregado à cruz o Inesquecível Mestre,
Lembrando quanto viu na jornada terrestre.
2 Vê-se menino a arguir os sábios da cidade,
Mostrando a inteligência a brilhar na humildade.
3 Mentaliza Caná, onde aumenta a alegria
Na formação de um lar que nunca possuiria.
4 Recorda irmãos na fé, quais Pedro, João, Tiago,
E os amigos fiéis às pregações do lago.
5 Passa por privações sem que a dor o esmoreça,
Não tem uma só pedra em que apóie a cabeça.
6 Lembra o deserto hostil… Na prece em que se enleva,
Ensina paz e fé às legiões da treva.
7 Revê a multidão que o respeita e acompanha,
Quando transmite à Terra o Sermão da Montanha.
8 Vê lugar por lugar, nos longes a que ia,
Espalhando a bondade, o socorro, a alegria…
9 Mas agora, na cruz, amargurado e pasmo,
Escuta palavrões de ironia e sarcasmo…
10 E diz, sentindo o fel que as injúrias lhe trazem:
— “Perdoa-lhes, meu Pai!… Não sabem o que fazem!… ( † )
11 Ele que se entregara à caridade inteira,
Faz do perdão mais luz na aula derradeira.
12 É que todo perdão, sem queixa e sem medida,
É conquista de Paz nos problemas da Vida.
Maria Dolores
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