| 1º de janeiro de 1932.
1 O ideal espírita é, incontestavelmente, na atualidade, uma das mais elevadas concepções, conduzindo a humanidade para a perfeição.
2 Luz divina, como realmente é, representando entre nós o Consolador prometido pelo Mestre, ( † ) é farol maravilhoso, iluminando as sendas da evolução da alma humana, em demanda dos mais portentosos Planos espirituais.
3 Sob o seu tríplice aspecto — científico, filosófico e religioso —, esclarece-nos quanto a esta verdade única: Deus existe e a alma é imortal.
4 Mas onde a influência altamente benéfica da Doutrina mais se faz sentir é no coração dilacerado da humanidade sofredora, prodigalizando-lhe tesouros de santas consolações e dilatando assombrosamente os horizontes das suas esperanças. 5 A dor é encarada, então, como um elemento necessário ao nosso progresso, como a própria bússola que norteia o nosso ser para a posse da verdade nas regiões da luz.
6 A existência terrena, pontilhada de sofrimentos, já se nos afigura qual uma noite tempestuosa, precedendo uma alvorada sublime de séculos de claridades esplendorosas. 7 E dentro dessa noite, com a nossa fé esclarecida, marchamos corajosamente, olhos fitos no Céu e o pensamento fixo em Deus, porque a razão soberana nos explica que a morte não existe, que a vida palpita em toda parte, que é a dor a chave das portas da felicidade imorredoura, que a treva é apenas a ausência da luz e que só esta é imperecível.
8 É o ideal espírita, nos tempos de hoje, pleno de maravilhas e excelsitudes, o manancial inesgotável do amor divino, onde haurimos coragem para a luta, entusiasmo às lides do bem, aspiração para amar os nossos semelhantes, desejo ardente de abandonar os caminhos tortuosos do mal, consagrando-nos ao aprimoramento do nosso Espírito. 9 É ele a revelação dos Céus pela voz dos mensageiros divinos, que vem restabelecer a lei do amor do Evangelho de Jesus, 10 e será ele o estandarte radioso da paz para a humanidade terrena, o farol resplandecente que guiará o homem dos prantos para a alegria, da escuridão para a luz, da ignorância para a verdade, dos erros para a perfeição.
F. Xavier