| 16 de setembro de 1929.
1 Antes de imergirmos o nosso Espírito nas tristes lamentações dos nossos infortúnios e misérias, lembremos que residimos, temporariamente, num dos mundos de expiação e de provas! 2 Antes de pronunciarmos as ásperas palavras ou darmos guarida a sentimentos desoladores, que nos transformarão em pobres blasfemos, recordemos que se permanecemos na Terra, onde a dor sobrepuja a todas as sensações experimentadas pela humanidade, é porque o nosso Espírito necessita de uma transformação radical, é porque os cancros roedores da imperfeição, que se aninham em nosso coração, necessitam ser arrancados pelos sublimes instrumentos da dor para que nele possam brotar os puríssimos mananciais da caridade e do amor! 3 Assim, pois, tornemos a nossa existência leve e suave, empregando as nossas horas terrenas nas alegrias sãs do trabalho, que é a lei da vida, procurando amenizar os sofrimentos alheios, sentindo as dores do nosso próximo, adoçando-as, acrisolando, desse modo, as nossas próprias almas, no sentimento divinizado do amor, suportando as nossas decepções e sofrimentos com o riso no coração, procurando baixar os nossos olhares onde as lutas são mais atrozes, onde as mágoas sulcam profundo, deixando os mais indeléveis vestígios, e onde poderemos empregar o tempo, que passamos a lastimar, como mensageiros da paz e consolação!
4 Seremos, pois, felizes e nos consideraremos venturosos quando compreendermos que nos achamos ligados, todos os seres, pelos mais inquebrantáveis laços de Fraternidade!
F. Xavier