1 Ó vós, que tendes n’alma as trevas da cegueira,
Cegos d’alma sem luz — corações sem calor,
Que na Terra passais nesta vida ligeira
A trazer dentro da alma o acicate da dor!
2 Impiedosos ateus — multidão verdadeira
De descrentes da vida a negar o Criador,
Rejeitais da Criação, nessa ideia altaneira,
A existência de Deus — sumo artista do amor!
3 Orgulhosos que sois, corifeus da descrença,
Que no peito trazeis uma dor mais intensa
Do que a dor de nascer com a cegueira nos olhos,
4 Vivereis sem amor sem luz, sem guarida,
Pois sem Deus vós sereis tristes cegos da vida,
Sempre e sempre a encontrar pontiagudos abrolhos!
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