“A multidão respondeu: Tens demônio; quem procura matar-te?” — (JOÃO, 7.20)
1 Não te prendas excessivamente aos juízos da multidão. O convencionalismo e o hábito possuem sobre ela forças vigorosas.
2 Se toleras ofensas com amor, chama-te covarde.
3 Se perdoas com desinteresse, considera-te tolo.
4 Se sofres com paciência, nega-te valor.
5 Se espalhas o bem com abnegação, acusa-te de louco.
6 Se adquires característicos do amor sublime e santificante, julga-te doente.
7 Se desestimas os gozos vulgares, classifica-te de anormal.
8 Se te mostras piedoso, assevera que te envelheceste e cansaste antes do tempo.
9 Se adotas a simplicidade por norma, ironiza-te às ocultas.
10 Se respeitas a ordem e a hierarquia, qualifica-te de bajulador.
11 Se reverencias a Lei, aponta-te como medroso.
12 Se és prudente e digno, chama-te fanático e perturbado.
13 No entanto, essa mesma multidão, pela voz de seus maiorais, ensina o amor aos semelhantes, o culto da legalidade e a religião do dever. 14 Em seus círculos, porém, o excesso de palavras não permite, por enquanto, o reinado da compreensão.
15 É indispensável suportar-lhe a inconsciência para atendermos com proveito às nossas obrigações perante Deus.
16 Não te irrites, nem desanimes. O próprio Jesus foi alvo, sem razão de ser, dos sarcasmos da opinião pública.
Emmanuel