1 Na atualidade do mundo, existem medicamentos que alienam as forças da mente, impelindo-as à prostração, mas não à tranquilidade real.
2 Os homens de hoje dispõem de máquinas que os auxiliam a ganhar tempo, mas não a calma, diante das provações que se lhes fazem necessárias.
3 Por outro lado, a fortuna amoedada, quando não dirigida para o trabalho edificante e para as realizações do bem ao próximo, é suscetível de estabelecer inquietações permanentes.
4 Na mesma ordem de pensamento, a força do poder, apesar das vantagens que é capaz de criar na vida comunitária, quase sempre, é um celeiro de ansiedades e incompreensões.
5 A paz, por isso, tão ardentemente anelada, é comparável a uma cobertura, entretecida com fragmentos de alegria, como sejam:
6 o retorno de uma pessoa querida, ausente desde muito;
7 o reajuste do equilíbrio orgânico;
8 a satisfação das dívidas pagas;
9 o abraço de um amigo;
10 uma carta, mensageira de reconforto;
11 alguns momentos de convívio com a Natureza;
12 a visão do azul no firmamento;
13 a presença de uma criança;
14 o sorriso de alguém;
15 o carinho de um animal que nos partilha o ambiente;
16 os momentos de oração.
17 A paz que jamais se compra é uma luz interior que nos clareia o caminho para o encontro do melhor que Deus nos reserva; 18 entretanto, estejamos convencidos de que nas bases da consciência tranquila, em que a paz encontra nascedouro, jaz a fonte oculta da paciência.
Emmanuel