1 Tempestade, tempestade,
Por que tanto escarcéu?
Quando o teu brado estremece
A imagem do próprio Céu?
2 Conduzidas por teu braço,
Há nuvens tremeluzindo,
Lançando granizo aos montes,
Lembrando feras rugindo…
3 Quando expeles ameaças,
Sem limpa e justa razão,
Quem serás?… De onde procedes?…
Da ira de algum dragão?
4 Trazes à terra a água pura,
Em corrente clara e mansa.
Por que não te contentas
Nessa bênção de esperança?
5 De teu seio brotam fontes,
Gerando o solo fecundo.
Por que não vives em paz,
Nesses encargos do mundo?
6 Mas não venho criticar
Os teus impulsos valentes.
Quero dizer-te que eu tenho
Trinta crianças doentes.
7 Não tiveram mães que as amem,
Mas decerto que adivinhas:
Quando apareces gritando,
Choram de susto sozinhas!…
8 Tempestade, tempestade,
Atende aos pedidos meus.
As criancinhas doentes
São também filhas de Deus.
Meimei
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