1 Maldade é sempre treva no coração, que nos cabe evitar a benefício dos outros e em favor de nós mesmos.
2 Entretanto, nos chamados males da Terra, é indispensável discernir as lições do Senhor nos mínimos ângulos de cada dia, para que lhes percebamos a valiosa função na garantia do bem.
3 Observemos a natureza.
4 Quase sempre, a plantação é amparada pelos detritos do campo para atingir a produção desejável.
5 Para que o leito do rio se não desfaça, atendendo aos requisitos do charco, a dureza da pedra e a secura da areia lhe defendem a segurança.
6 O minério anônimo, para entrar no campo das formas, não prescinde do fogo que lhe plasma as figurações.
7 E o próprio pão que regala à mesa é sempre um fruto da bondade da vida, filtrado através de dilacerações incontáveis.
8 Aprendamos a receber os males menores que nos asseguram paz e triunfo sobre os grandes males do mundo.
9 Rara percentagem das súplicas que sobem da Terra ao Céu recolhe, de retorno, a assistência precisa, na forma imediatista de alegria ou de reconforto.
10 Quase todas, para alcançar o objetivo a que se propõem, obtêm do Senhor os males menores por resposta providencial e oportuna.
11 Aqui, é uma enfermidade-socorro que te preserva o Espírito contra o assalto das tentações.
12 Ali, é um obstáculo-bênção que te impede a adesão à irresponsabilidade e à loucura.
13 Além, é um amor-ferramenta que te obriga ao sacrifício constante, na sublimação de ti mesmo.
14 Acolá, é um desencanto-auxílio, constrangendo-te ao reajuste da própria alma.
15 Adiante, é uma dificuldade-luz, impelindo-te à comunhão com as Esferas Superiores.
16 Abençoemos as pequenas aflições e os humildes tropeços da estrada, de vez que a luta bem vivida e o trabalho bem realizado constituem os únicos recursos de ascensão ao verdadeiro bem.
17 Muitas almas com os bens aparentes do mundo compram apenas desilusão e tragédia, amargura e arrependimento, enquanto que muitas outras se elevam diariamente da vida física às culminâncias da Luz, conduzidas pelos supostos males que lhes minavam a passageira existência.
18 Recordemos a cruz do Cristo…
Quando se ergueu, diante dos homens, era humilhação e derrota, mas, aceita com amor e renúncia, converteu-se em caminho de paz e ressurreição.
Emmanuel