O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Corações renovados — Familiares diversos


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Família Guimarães Leite

“O respeito e a profunda amizade que, de longa data, temos pelo querido irmão Chico Xavier não consentia que lhe solicitássemos mensagem de nossa filha, porque percebíamos que outras famílias mais necessitadas procuravam o concurso do reconforto nesse amigo querido, sobrecarregando suas atividades mediúnicas e assistenciais, as quais destacamos na sua benemerência a consciência do seu carinho cristão.

Claudinha partiu em 23 de março de 1975, com um tumor cerebral maligno. Após seis anos, ela nos brinda com suas palavras de reconforto enternecedor, que muito agradecemos.

Acho que não se trata de merecimento, receber ou deixar de receber uma mensagem de um ente querido desencarnado, principalmente através da psicografia do caro amigo Chico Xavier.

Tem que haver uma finalidade.

No nosso caso procuramos verificar qual foi o objetivo do espírito comunicante, para que as palavras — que trazem o revigoramento da saudade — não caiam no vazio do esquecimento.

Há mais de 25 anos na Doutrina Espírita, onde começamos pela porta da obsessão, (apesar da grande quantidade de remédios ingerida — a leitura dos livros psicografados pelo caro amigo Chico Xavier) a mensagem recebida despertou, realmente, mais fé e mais esperança no porvir, elucidando-nos quanto à situação espiritual de nossa querida filha, que nos preocupava, colocando-nos sempre no lugar de pessoas devedoras da misericórdia de Deus, impulsionando-nos sempre para a prática constante da caridade.

Nos recursos maravilhosos que Deus nos dá, está o poder da reflexão.

o discernimento nas atuações roteiristas de nossas vidas.

A consciência do bem e do mal.

As obrigações para com o nosso semelhante.

As dádivas da recomposição do acerto de nossas falhas.

A constituição da família que não está só na reunião de espíritos numa mesma casa, mas no esforço coletivo que se faz ali para o engrandecimento espiritual de cada um, nos reajustes necessários que se complementam numa escalada obrigatória para os Planos que envolvem o enriquecimento da família Universal.

Toda esta imagem de relevos no papel de nossas vidas, funde-se num único caminho: servir à causa cristã com o desprendimento de nós mesmos, encontrando nessas realizações o aval de Deus, transformando-as em nossos momentos de felicidades.

Se nos perguntarem o que Chico Xavier representa para cada um de nós, tomando ou não em conta o recebimento da mensagem, ele sempre representará para todos o exemplo da humildade, da fé, do amor a Jesus, do trabalho, da perseverança e da submissão à disciplina. E, na pequenez em que nos encontramos diante da grandeza dessa alma de apóstolo, ainda encontramos recursos, por mais ínfimos que sejam, para demonstrar a Chico Xavier, espiritualmente, que lhe somos eternamente gratos pelo fruto de seu trabalho cristão.”


Temos aí, o agradecimento do Sr. Célio Leite, residente na cidade de Sabará, Minas Gerais, transformando nas tintas de nosso papel o que é para o espírita cristão um momento de sublimação no socorro que os Benfeitores Espirituais puderam lhe dar, e no estado ilibado que o seu sentimento projeta, expôs o seu coração.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL


CLÁUDIA APARECIDA GUIMARÃES LEITE: Nascimento: 13 de janeiro de 1971 — Desencarnação: 23 de março de 1975 — Idade: 4 anos.

PAIS: Célio Leite e Tereza Guimarães Reis Leite — Rua Volta Redonda, 4. Sabará, Minas Gerais.

IRMÃOS: Cláudio, Sérgio, Délio Murilo, Haroldo e Humberto Leite.

MÃE MARIA: Maria Xavier Pena — Presidente da Agremiação Espírita “Casa do Caminho”, de Sabará-MG, irmã do nosso caro amigo Chico Xavier, desencarnada em 03-01-1980.

TIO JACY: Esposo de D. Maria Xavier Pena — grande batalhador da causa espírita em Sabará responsável pela distribuição de gêneros aos irmãos carentes na “Casa do Caminho”.

TIO OSWALDO: Oswaldo Flaviano — espírita convicto, pessoa dotada de coração magnânimo, responsável pela construção do Abrigo Irmã Tereza de Jesus, em Sabará-MG, tesoureiro da “Casa do Caminho” — dotado de mediunidade curadora. Desencarnado em 26-12-1980.


Obs.: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.


CLÁUDIA APARECIDA GUIMARÃES LEITE


1 Querido papai Célio e querida mãezinha Tereza, estamos juntos na mesma prece a Jesus, rogando a Bênção dos Céus em nossa proteção.

2 O Sérgio representa os irmãos que ficaram e o tio Jacy expressa a nossa família maior.

3 Sou grata por estes momentos.

4 Papai, venho ao encontro do seu coração de modo a reafirmar-lhe que não estamos sozinhos. Compreendo as dificuldades de que se vê defrontado, considerando a multiplicidade dos problemas que vão surgindo, entretanto, juntamente da mamãe, procuro, quanto se me faz possível, refazer-lhes as energias.

5 Creia que deste lado da vida também temos as lágrimas na posição de -nossas companheiras e a saudade por alavanca de estímulo, a fim de que o nosso amor não se perca da meta por atingir.

6 As provas últimas caíram sobre o nosso grupo aí no Plano Físico, à maneira de nuvens pesadas de sofrimento, especialmente no que se refere à vinda súbita de nossa querida mãe Maria e do tio Oswaldo, no entanto, saibam vocês todos que as tarefas são nossas no que se relaciona com os deveres a serem cumpridos, mas a obra, em si, pertence aos Mensageiros do Senhor que no-la entregaram em sinal de confiança que não podemos esquecer.

7 No ajustamento das atividades e no entrelaçamento de nossas forças, encontramos o clima de trabalho em nosso próprio favor. Supondo servir, somos servidos e, acreditando semear em louvor dos outros, plantamos para nós próprios os benefícios de nossa redenção.

8 Entendemos a dor que se fez quase fulminativa no campo dos corações queridos, em Sabará, no entanto, não nos faltam cireneus dedicados que se encarregaram de reconfortar a cada companheiro, escorando-lhes as energias para a continuação do trabalho que tão de perto nos fala aos sentimentos.

9 Querido papai Célio, veja-me com a sua visão íntima e note que sua filha cresceu um tanto e que depois de dez janeiros, entre as realizações da Terra e da Espiritualidade, assumi, de algum modo, os meus raciocínios próprios. O tempo parece em pleno voo e nós, sem perceber quase, estamos todos reunidos nesse tapete mágico das horas, recolhendo lições e agindo na edificação do futuro melhor.

10 Ouço-lhe as divagações, tanto quanto os pedidos da mãezinha Tereza e acreditem que estimaria ser a emissária de todas as nossas aspirações realizadas. É verdade que não consigo semelhante privilégio, mas posso ser a prece em casa e entre os dois — oração de amor e reconhecimento — com a qual peço a Jesus nos conceda espírito de entendimento e aceitação, diante de tudo o que se nos configure por obstáculo difícil de transpor.

11 Rogo a vocês dois coragem e união, com os nossos queridos companheiros do lar, para que a nossa estrada prossiga iluminada pelas bênçãos da paz.

12 O Cláudio, o Sérgio, o Délio, o Haroldo e o Humberto são nossos esteios de ternura e cooperação. De minha parte, quisera servir-lhes de apoio, no entanto, se a minha pequenez espiritual ainda não me permite essa alegria, contento-me em ser o carinho e a saudade que não descansam.

13 Pousei um dia no mundo para relermos juntos um capítulo de amor que ficou e será sempre inesquecível e, depois de semelhante contato, voltei à nossa moradia no Plano Maior, com os fios de nossa ligação refeitos para sempre, com a Bênção de Deus.

14 Quando qualquer dificuldade possa repontar do caminho, lembrem-se de que a nossa comunhão prossegue inalterável.

15 Mãezinha Tereza, estou agradecida por todos os seus poemas de dedicação e bondade. Papai Célio movimenta os remos, no entanto, dentro do barco você é a nossa estrela apontando o rumo certo.

16 Nos dias em que a tristeza procure aproximar-se, recorde a nossa alegria de nos pertencer uns aos outros. Os nossos queridos meninos estão hoje crescidos, amanhã estarão igualmente nas áreas de novas obrigações, mas creia, mamãe, que, qual me acontece, todos conduzirão nos recessos da alma a recordação de seu amor imenso e de sua abnegação infatigável.

17 Ante quaisquer desajustes da experiência humana, esqueça tudo o que se lhes faça motivação para desgosto e sigamos cada vez mais unidos pela fé que clareia o pensamento e o caminho.

18 Papai Célio, não tema. Você e o tio Jacy, com os demais companheiros, receberão o suprimento dos recursos necessários para a complementação do Abrigo da Irmã Tereza.

19 Nosso querido tio Oswaldo se recupera. Trabalhador leal da Causa do Bem, nessa Causa viveu e dentro dela se despediu dos melhores amigos, a fim de retomar-se na Vida Maior para prosseguir colaborando e criando o bem e a paz em níveis superiores. Que o exemplo dele nos brilhe à frente, sem que a provação aparente estabeleça em nós qualquer ideia menos construtiva.

20 Se existe um orgulho santo, acalentemos esse — o de possuir em tio Osvaldo um companheiro de Jesus que Lhe foi na Terra, fiel até o fim de suas derradeiras forças. E caminhemos no encalço dele, tomando por modelo as atitudes de coragem e de humildade que lhe marcaram a existência.

21 A nossa querida Mãe Maria está presente e, com outros amigos, me auxilia a escrever de maneira mais rápida, dentro de minha própria tentativa de mostrar-lhes quanto os amo.

22 Tenho em meus pensamentos os avós queridos e continuaremos cooperando quanto possível, no apoio aos nossos doentes, dentre os quais destacamos o tio hospitalizado.

23 Sérgio amigo, Deus abençoe os seus passos e esperanças. Nossos votos de felicidade ao Cláudio nesta hora de preparação para responsabilidades maiores.

24 Papai querido, não tema. Com a prece venceremos no mar das vibrações contraditórias, cujas ondas, por vezes agressivas e difíceis, nos compete superar. Com Jesus em nós, venceremos todos os óbices que, porventura, venham a surgir em nossa viagem para o Grande Amanhã.

25 Mãezinha Tereza, continue forte e resistente na sua confiança em Deus. A todos, agradeço a alegria destes minutos que permanecerão comigo por páginas inolvidáveis de nossos reencontros na prece e na palavra.

26 Papai Célio, guardemos a certeza da vitória com Jesus. Que as nossas lágrimas do silêncio sejam de esperança e de alegria, em nos reconhecendo reunidos na integração espiritual sem adeus.

27 Para você, papai amigo, com mãezinha e com os irmãos e todos os nossos, muitos beijos de sua, sempre a filha do coração,


Claudinha


Rubens S. Germinhasi


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