1 Talvez tenhas alcançado a crise das grandes perdas que se nos marcam no mundo como sendo instantes inolvidáveis de dor.
2 Assumiste compromissos, de cuja execução companheiros queridos desertaram…
3 Esposaste deveres de partilha com alguém que te haverá deixado a sós…
4 Abraçaste empresas de elevação e progresso e te viste com os braços despojados de todos os recursos, no justo momento em que mais necessitavas de proteção.
5 Arquitetaste os melhores planos na causa do bem e, quando a concretização deles seguia avançada, eis que te reconheceste de espírito desentendido, na transitória convicção de que o mal te batia em triunfo…
6 Alimentaste altos projetos, quanto ao futuro de seres queridos que tomaram rumo claramente contrário às tuas expectativas…
7 Provavelmente experimentaste a perda de criaturas amadas que a morte física te furtou à convivência, impondo-te o amargo da solidão…
8 Nessas horas de incertezas e lágrimas, quando tudo de melhor te pareça perdido; quando as vagas do sofrimento te houverem sacudido o barco da existência, através das tempestades de angústia; quando a saudade te envolva em nuvens de tristeza; ou quando a incompreensão te marginalize em tribulações difíceis de suportar, não te entregues ao desânimo, nem te refugies no desespero.
9 Em quaisquer circunstâncias, nas quais te vejas de coração sozinho, ou empobrecido de forças, contempla a imensidade dos céus, ergue a fronte, enxuga o pranto e caminha para diante, conservando o bom-ânimo e a esperança, porque ainda mesmo quando suponhas haver perdido tudo o que possuías de valioso na Terra, trazes contigo o tesouro máximo da vida, que nenhuma ocorrência do mundo te pode arrancar, porque tens Deus.
Emmanuel