O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Continuidade — Familiares diversos


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Sidney Martini

ESCLARECIMENTOS


Nascimento: 13 de outubro de 1955. Desencarnação: 20 de dezembro de 1976. Idade: 21 anos.

Pais: José Martini e Maria Pastorello Martini — Rua Conselheiro Pereira Carvalho, 2, São Paulo — SP.

Irmãos — Valdir e Laerte Martini.

Avós — Vovó Marietta — materna, desencarnada oito meses após a desencarnação de Sidnei. Bisavô Giácomo Pedrina, desencarnou na Itália ao término da 1ª Guerra Mundial.


COMENTÁRIOS


Em sua moto, 10 de dezembro de 1976, Sidnei dirigia-se para a sua casa, às 23:00 horas, vindo do Parque do Ibirapuera. Na Rua Sena Madureira, o semáforo em uma de suas travessas fechou para o trânsito no sentido de sua direção, abrindo-o aos pedestres. No retorno, liberado para o trânsito de veículos novamente, duas jovens que se encontravam prestes a atravessar, nessa tentativa, indecisas na passagem, ficaram no vai e vem quando resolveram voltar. Nesse momento, o trânsito fluía normalmente. Sidnei, à distância, aproximava-se trafegando em sua mão de direção. De inesperado deparou-se com aquela situação: as moças à sua frente. Freou sua máquina motociclista instantaneamente e mesmo assim não pôde evitar a colisão com uma das jovens, também internada na ocasião do acidente, sendo jogado ao chão. Desse choque resultou fratura de crânio, levando-o a ficar hospitalizado durante dez dias em estado de coma, vindo a falecer.

Este episódio foi narrado à família por uma das jovens companheiras que saiu ilesa do acidente. Dona Maria e Sr. José, hoje com o equilíbrio e a compreensão adquiridos no tempo de Deus, comentam com a sinceridade de pais, que amam e sofrem na saudade física, mas que se regozijam de saber que o seu Sidnei trouxe-lhes a certeza do amanhã, com a mensagem para os seus corações.

No diálogo esclarecedor, nos dizem:

“Quando Sidnei partiu, ficamos desesperados e revoltados ao mesmo tempo.

Desesperados e revoltados pela perda física, pois que o advertíamos sempre do perigo das motos, mas, nada disso adiantava. Hoje nos arrependemos dessa revolta.

Podemos dizer com segurança que acontece com todos os seres constituídos em família.

Quando se perde um ente querido especialmente na condição de um filho ou filha, têm-se a impressão que o mundo de nossas vidas desabou, jogando por terra todo sonho imaginado para os filhos.

A descrença passa a ser a tônica enfatizada pela dor a derrotar qualquer fio de esperança e fé.

Os dias são tristes, sem o tempero da alegria. Nos esquecemos de Deus que ampara a todos os filhos, achando até que somos os sofredores da sua justiça.

Nada disso é verdade quando entendermos a vida verdadeira.

Nosso filho Valdir, em viagem na ocasião em uma cidade qualquer, adquiriu o livro “Jovens no Além” psicografado por Francisco Cândido Xavier e trouxe para que nos servisse de bálsamo. Ali estavam também famílias que testemunhavam a sua dor convertida em vida de trabalho e ajuda ao semelhante.

Com a leitura desse livro, começamos a despertar e, por indicação, passamos a ler outros onde mães e pais confortavam-se pelas mensagens abençoadas de seus filhos.

Conversando com uma preclara amiga da família, indicou-nos o IDEAL — Instituto Divulgação Editora André Luiz; o qual tem o Sr. Orlando Moreno como dirigente.

Procuramos entrar em contato e passamos a frequentar essa casa de caridade espiritual.

Por intermédio desse amigo, Sr. Orlando Moreno, pudemos nos dirigir ao Chico Xavier. Estivemos por lá quatro vezes, sendo que, na primeira vez, recebemos um curto recado que nos alegrou e tranquilizou muito. Por fim, na quarta viagem, recebemos a mensagem de nosso filho.”

Dona Maria, sensibilizada, ainda deixa transparecer o desejo de contar para esclarecimento mais esses fatos.

“O que nos deixou surpresos foi o Sidnei ter falado sobre a avó Marietta, minha mãe, que desencarnou nove meses após ele. Chico de nada sabia.

Outro fato realmente esclarecedor e confirmador da Vida Espiritual, solidificando ainda mais essa certeza, foi a menção de vovô Giácomo. Na hora eu e meu marido, em dúvida, não sabíamos se era por parte de meu pai ou de minha mãe. Não lembrávamos. Chegando em casa, curiosa ainda, perguntei aos meus irmãos mais velhos, por parte de quem era o vovô. Esclareceram-me que se tratava de nosso avô materno, Giácomo Pedrina, falecido na Itália em 1918, na 1ª Guerra Mundial.

Por essas alegrias, pela confiança readquirida, pelo caminho descoberto de trabalho aos semelhantes, nós dizemos com segurança: Chico, tu és amado, respeitado pelos carentes desta vida terrena. Tu és a paz, tu és o amor de Jesus entre nós. Chico, continue conosco sempre na graça de Deus e que Ele o abençoe.”


MENSAGEM


1 Querida mãezinha e meu caro papai, o tempo já me proporcionou novos encargos, obrigando-me a refletir com maturidade, mas prossigo sendo o filho necessitado do carinho dos corações amados que me trouxeram para a Vida na Terra.

2 Afinal, depois de tanto ruído e tantas reclamações, a moto não me aniquilou e, muito ao contrário, entrego-me agora a estudos especiais a fim de colaborar com a melhoria das máquinas mais velozes do futuro.

3 A moto já aparece em casa, com a desconfiança de todos. Ainda não vi pessoa alguma que lhe recordasse os benefícios, nem mesmo os doentes para os quais esse veículo agia e continua agindo com eficiência nas tarefas do socorro.

4 Não se agastem comigo se lhes disser que, por enquanto, a moto nos grupos familiares é motivo de pânico e antagonismo sem razão.

5 Recordo-me do meu próprio caso. A vovó Marietta, sempre carinhosa, não me desaprovou, mas exibiu todo o medo que lhe ia por dentro quando lhe mostrei o meu cavalo voador.

6 Ela que me queria tanto, a ponto de se entristecer e voltar ao chamado Além logo depois de meu regresso, como que a me procurar neste Espaço Imenso, e, em me fitando na montaria inesperada, me disse que estava disposta a orar para que nada de mal me sucedesse.

7 Vi o pesar de tantos amigos, que mais me apeguei à máquina, buscando auxiliá-la para que não fosse tão mal querida.

8 Acontece, porém, que me cabia voltar mais cedo à Vida Espiritual e foi ela o repositório de todas as lamentações, porque com ela encontrei a renovação espiritual, forçado que fui a me desvencilhar do traje estragado que se tingiu de vermelho para que eu fosse impelido a deixá-lo.

9 Se me regozijei com o fato, isso é que não. Queria viver, namorar, distrair-me, estudar, habilitar-me para ser matriculado entre os maiorais de idade e responsabilidade, mas a chamada Força Maior me convocou à transformação. E a moto amiga foi acusada de condução perigosa e inconveniente.

10 É verdade que o choque não foi nada agradável e fui constrangido a muitos contratempos, mas defendo o nobre cavalo rico, feito de rodas e enfeites, antenas e holofotes, como se quisesse vencer a má impressão que sempre causa onde aparece em definitivo.

11 Mas… a moto devia ser a razão para a viagem diferente e eis-me aqui a defendê-la, para que o Valdir e o Laerte se informem de que o mano vai indo bem, embora as saudades.

12 Tenho muitos amigos e companheiros novos, mas ninguém consegue substituir um irmão amigo e bom, e em meu caso tive dois. Sei que ainda os tenho, mas o espaço de tempo para a saudade vai se tornando maior e, por isso, ao ofertar de novo todo o meu amor aos pais queridos, não me esqueço dos meus sócios de casa.

13 Espero que não tenham tido receio de minhas roupas e pertences, porque estou certo de que a mamãe Maria já terá liberado o meu espólio de rapaz lutador. Se ainda não o fez, que o papai José me auxilie e dê andamento na liberação do que não deve ser objeto de tentação para as traças.

14 Quero dizer-lhes que a vovó Marietta chegou muito bem e hoje é uma obreira incansável da beneficência junto de nós. 15 Quem me carregou carinhosamente para o repouso do qual me reergui animado a continuar fazendo o melhor, foi o vovô Giácomo Pedrina que, em me vendo inclinado a buscar novas máquinas, me disse com bondade e entendimento: “— Meu filho, eu sou o seu bisavô Giácomo e compreendo muito pouco da vida nova no mundo, mas creio que você foi criado por Deus para ser um astronauta. Não terei surpresa nenhuma se você inventar por aqui algum aparelho que ande mais depressa que o pensamento.”

16 Achei graça no apontamento e por isso estou trabalhando com o cérebro e com as mãos em novos planos para o futuro.

17 Bem, já falei o bastante. Ninguém é obrigado a estar me ouvindo, mas os queridos pais sabem que, por dentro de mim, a saudade é uma dor escondida que ambos me auxiliam a suportar. Entretanto, não desejo lamentar por nada, porque tenho Deus por nós e os melhores pais do mundo em meu favor.

18 Lembranças aos irmãos e amigos e, para os dois, meu pai amigo e minha querida mãe de todas as horas, um beijo valendo muitos outros do filho reconhecido que pede a Deus conceder-lhes toda a felicidade que nunca pude lhes dar.

19 Todo o carinho e toda a gratidão do


Sidnei.


Rubens S. Germinhasi


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