1 No campo da alma, a paciência é um dispositivo de ação capaz de auxiliar-nos na realização de preciosas tarefas, tais quais sejam:
2 suportar dificuldades, sem desistir do serviço a fazer;
3 promover, sem alarde, o socorro preciso aos companheiros necessitados;
4 tolerar os cooperadores de temperamento difícil, sem recorrer a advertências inoportunas;
5 aguentar injúrias, sem transmiti-las à sensibilidade dos outros;
6 fazer o bem, abstendo-nos de provocar elogios e recompensas;
7 substituir qualquer irmão impedido de exercer as funções que lhe são próprias, na equipe de trabalho em que se integre, sem cobrar-lhe qualquer tributo de reconhecimento;
8 liquidar os problemas da experiência comum, à custa do esforço próprio, evitando incomodar a quem quer que seja.
9 Em suma, quando se fala de paciência, invoca-se a presença de alguém que se dispõe a trabalhar e a servir, sem a mínima ideia de que a paciência possa ser uma cadeira de balanço para refúgio da inércia.
Emmanuel
[1] O título desse capítulo no índice do livro impresso é “Traços da paciência” e não “Traços da impaciência”, conforme está intitulado no corpo do livro.