1 Humildade, Amor e Luz
Eis fulgente trilogia,
Criando e desenvolvendo
A Grande Sabedoria.
2 Mas guardando o trio nobre
Que esclarece e que redime
Temos, em tudo, a Humildade
Brilhando por dom sublime,
3 Nesta virtude celeste
De transcendente beleza
É que o Céu se comunica
Às bênçãos da natureza.
4 Vê-la-eis, doce e constante,
Presente, embora esquecida,
Assegurando, bondosa,
Os fundamentos da vida.
5 A rocha que desprezamos,
Sozinha, triste e inferior,
É o braço firme da Terra
Suportando o vale em flor.
6 A fonte que chora e canta
Batida na pedra dura
É corrente generosa
Transportando água mais pura.
7 Os Córregos rebaixados
As furnas de raro acesso
Compõe o grande rio
Que nos garante o progresso,
8 A tempestade que sofre
Acusação e labéu
É força que purifica
A majestade do Céu,
9 A semente pequenina
A segregar-se no chão
É reserva indispensável
De paz, alegria e pão,
10 O ferro que experimenta
A pressão da forja em brasa
Conquista graça e respeito
Na serventia da casa,
11 A lagarta rude e feia
De máscara monstruosa
Tece o fio primoroso
Para a seda preciosa,
12 A pedra pobre a ocultar-se
Servido sem descansar,
Assegura o reconforto
E a segurança do lar,
13 O papel simples e frágil
Quase inútil na aparência
Recolhe as fulgurações
Que nascem da inteligência,
14 A santa simplicidade
Em sua auréola bendita
Conserva a glória de Deus
A refazer-se infinita,
15 Busquemos, pois a Humildade,
Sob as lições de Jesus,
E guardaremos conosco
As bênçãos de Amor e Luz.
Casimiro Cunha
|