(Numa entrevista, concedida aos jornalistas goianos Batista Custódio — Diário da Manhã — e Consuelo Nasser — Revista Presença — nosso querido Chico Xavier respondeu sobre várias questões. Duas delas nós transcrevemos do jornal “Goiás Espírita” — órgão de divulgação da Federação Espírita do Estado de Goiás — edição 284, de janeiro/fevereiro de 1988 — por considerá-las bastante oportunas.)
1. Pergunta — Têm surgido muitos médiuns e curadores por este Brasil afora, que receitam remédios e até operam os doentes. Qual é a maneira de se identificar o verdadeiro do falso?
Resposta — Eu creio que isto deva ser fruto da educação do sertanejo, acreditar que, pagando bem, irá conseguir curas espirituais. O verdadeiro Espiritismo não pode cobrar, nem mesmo os remédios que receita aos doentes. Também sou contra essa estória de meter o canivete no corpo dos outros, sem ser médico. O médico estudou bastante anatomia, patologia e, por isso, está habilitado a fazer uma cirurgia. Por que eu, sendo médium, vou agora pegar uma faca e abrir o corpo de um cristão sem ser considerado um criminoso? Eu já me operei cinco vezes, e vários médiuns me ofereceram seus serviços. O Espírito Emmanuel me disse: “Você deveria ter vergonha até em pensar em receber esse tipo de cura, porque todos os outros doentes vertem sangue, usam éter, tomam determinados remédios para melhorar. Como você pretende se curar numa cadeira de balanço?”
2. Pergunta — Diante disso, como fica o fenômeno “Zé Arigó”?
Resposta — Quando eu estava para operar, da última vez, em 1968, de um tumor na próstata, Zé Arigó mandou me avisar que estava pronto para realizar a operação. Eu lhe respondi: como é que eu ficaria diante de tanto sofredor que me procura e que vai a caminho do bisturi, como o boi vai para o matadouro? E eu, sabendo disso, vou querer facilidades? Eu tenho é que operar como os outros, sofrendo com eles! (…)
Chico Xavier
(Fonte: Revista “O Espírita”, número 62, fevereiro/março de 1989.)