1 Da luz do Além vejo terras distantes
Num quadro de expressão que nunca vira.
Orion, Sirius, Aldebaran, Alfa e Lira…
Na celeste harmonia de gigantes.
2 A saudade cruel é a força que me inspira.
Todo ambiente em torno é belo como dantes
No reduto das rosas fascinantes
Sustentadas aos toques da safira.
3 Busco uma casa amiga, o coração estala.
Encontro minha mãe! Corro a beijá-la
Abraçado no amor de que me inundo.
4 Meu Deus! Não quero o céu, mesmo em te amando.
Quero ficar com minha mãe rezando
Na verdadeira paz que achei no mundo!…
Azevedo Cruz
A União Espírita Mineira imprimiu com grande alegria a mensagem dedicada ao Dia das Mães, no ano de 1990. Na forma de cartão postal e ilustrada com o mesmo motivo artístico usado na capa do livro “Roseiral de Luz”, a mensagem recebida pelo querido médium Francisco Cândido Xavier contém detalhes dignos de nota, que gostaríamos de registrar.
Por informação do próprio médium, a recepção mediúnica das mensagens, que anualmente são dedicadas às mães, em geral acontece em fins de fevereiro ou início de março, vindo sempre assinadas pelos generosos espíritos de condição feminina, como Meimei, Maria Dolores, Sheila, etc. No ano de 90, entretanto, foi diferente. Passava o mês de março, a página não vinha. O médium preocupou-se. Procurou a orientação de seu benfeitor espiritual. Emmanuel explicou-lhe que para atender determinados impositivos de ordem emocional do próprio médium, se Jesus permitisse, naquele ano a mensagem viria escrita por um espírito de condição masculina. Pediu a Chico paciência e oração e, no dia 25 de março de 1990, apresentou-se dizendo trazer consigo um poeta que se responsabilizaria pela página às mães.
Emmanuel recomendou-lhe o comparecimento ao Centro Espírita da Prece, no horário habitual da reunião, pedindo-lhe especial concentração para o recebimento da aludida mensagem. Este seria o objetivo principal da ida de Chico ao Centro. Assim, tivemos o belíssimo soneto escrito pelo “Príncipe dos Poetas Campistas” — Azevedo Cruz — através da psicografia do médium amigo.
Ao nos passar a mensagem para a impressão, Chico emocionou-se até às lágrimas, lendo suas estrofes pausadamente. Disse-nos o quanto a mensagem o havia tocado, pela grandeza de alma do poeta Azevedo Cruz. Falou-nos do ambiente espiritual iluminado no qual ele vive, por conquista e mérito, onde roseiras cheias de luz crescem sustentadas por grandes safiras. Ressaltou a beleza do amor a brotar do coração do poeta e sua renúncia autêntica ao empreender seu retorno à Terra. Afinal — disse-nos — o soneto indica uma “descida dos céus para a Terra”…
Geraldo Lemos Neto
(Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 212, janeiro/abril de 1990.)