“Era a noite de 8 de julho de 1927. Em torno de uma mesa singela, alguns poucos companheiros espíritas. E, entre eles, a figura humilde e boa de um adolescente, com apenas 17 anos de idade.
Momentos depois (…) tendo um lápis entre os dedos morenos, o moço começou a encher folhas e mais folhas. Escrevia, escrevia…
O moço era Francisco Cândido Xavier: filho do Sr. João Cândido, vendedor de bilhetes de loteria, marido de D. Maria João de Deus, a boa senhora que toda Pedro Leopoldo estimava. Estava escrevendo, ele, a sua primeira mensagem, iniciando, assim, na simplicidade de uma casinha tosca, o seu abençoado labor de médium.
Aquela mensagem era a primeira de uma série de milhares de outras mensagens, todas elas distribuindo amor e luz, consolação e esclarecimento.”
O velhinho que, decorridos 40 anos, recordou tudo isso, enquanto o rádio emudecia, chorou de emoção e saudade ao relatar aos companheiros da União Espírita Mineira, que o foram visitar: “Eu vi o Chico receber a primeira mensagem! (…)”
Antônio Barbosa Chaves
(Antonio Barbosa Chaves foi companheiro de Chico no Centro Espírita Luiz Gonzaga. Dirigia as tarefas na ausência de Lico. O jornal “O Espírita Mineiro” fez-lhe esta entrevista em julho de 1967, após o que veio a desencarnar.) (Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 172, maio/julho de 1977.)